Pela primeira vez, China anuncia que não registrou novas infecções locais

Da Redação
Com RTP

A China anunciou nesta quinta-feira que não registrou novas infeções locais pela primeira vez desde o início da epidemia, mas as autoridades notificaram 34 casos importados.

O número de pessoas infectadas procedentes de outros países é também um recorde diário, indicou o Ministério da Saúde chinês.

A maioria dos casos foi identificada em chineses que regressaram de países particularmente atingidos pelo Covid-19.

Nessa quarta-feira (18), a Comissão de Saúde da China tinha registrado 13 novos casos de Covid-19, 12 deles importados.

Desde 11 de março os números de novas infeccões e de mortes permanecem abaixo dos 21 diários, de acordo com as estatísticas oficiais. Em 12 de março, o governo chinês declarou que o pico das transmissões tinha terminado no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, infectou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

Das pessoas infectadas, mais de 84 mil se recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e já se espalhou por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar situação de pandemia.

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irã, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França, com 175 mortes (7.730 casos).

Diante do avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o fechamento de fronteiras.

França e Itália

A Itália é neste momento o país com mais mortes devido ao novo coronavírus, registrando, até agora, um total de 3.405 óbitos, número que ultrapassa as vítimas mortais verificadas na China, segundo uma contagem sustentada em dados oficiais.

Segundo um balanço divulgado pela agência France-Presse (AFP), Itália registrou 427 mortes nas últimas 24 horas, totalizando, até à data, 3.405 vítimas mortais, mais do que as 3.245 contabilizadas na China.

Depois de Itália e da China, Irã (1.284) e Espanha (767) são os outros países com mais vítimas mortais devido à pandemia da Covid-19.

Milhões de pessoas em todo o mundo buscam se adaptar às novas medidas, vistas uma vez a cada geração, para enfrentar a crise do coronavírus, que não só está matando os idosos e vulneráveis, mas ameaçando causar um desastre econômico prolongado.

“Este é um evento do tipo que acontece uma vez a cada 100 anos”, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, alertando que a crise pode durar seis meses, com seu país tornando-se o mais recente a restringir reuniões e viagens ao exterior.

A doença de disseminação rápida, que teria migrado de animais para humanos na China, já infectou mais de 212 mil pessoas e causou quase 8.700 mortes em 164 nações, desencadeando interdições de emergência e injeções de dinheiro que não eram vistas desde a Segunda Guerra Mundial.

“Nunca passamos por algo assim”, afirmou o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, a um Parlamento quase vazio, com mais de 90% dos parlamentares afastados e uma pessoa com máscara e luvas limpando os corrimãos entre os discursos.

“E nossa sociedade, que se acostumou a mudanças que ampliam nossas possibilidades de conhecimento, saúde e vida, agora se encontra em guerra para defender tudo o que consideramos como garantido.”

Existe alarme particularmente na Itália, que registra taxa de mortalidade alta – quase 3 mil de 35.713 casos — e está convocando milhares de estudantes de medicina para que entrem em ação antes da conclusão dos cursos e ajudem um sistema de saúde sobrecarregado.

Nessa quarta-feira (18), a Itália registrou 475 novas mortes, o maior aumento desde o início do surto e o maior total de um dia registrado por qualquer país.

A França também relatou um aumento nas mortes – elevando em 89, ou 51%, para um total de 264 em 24 horas.

Em todo o planeta, tanto ricos quanto pobres viram suas vidas viradas de ponta-cabeça por causa de cancelamento de eventos, comércio escasso, locais de trabalho esvaziados, ruas desertas, escolas fechadas e viagens reduzidas ao mínimo.

“A higiene é importante, mas aqui não é fácil”, disse Marcelle Diatta, de 41 anos e mãe de quatro filhos no Senegal, onde anúncios emitidos em alto-falantes alertam as pessoas a lavar as mãos — mas a água é cortada com frequência em seu bairro pobre.

A crise está gerando uma onda de solidariedade em alguns países. Vizinhos, famílias e colegas se unem para cuidar dos mais necessitados, chegando a deixar suprimentos nas portas das pessoas forçadas a ficar em casa.

Ao redor da Espanha, aplausos ecoam todas as manhãs às 8h, quando vizinhos que se isolaram agradecem os serviços de saúde por seu trabalho e cumprimentam uns aos outros.

Os Estados Unidos, que fecharam a fronteira com o Canadá, exceto para as viagens essenciais, estão enviando dois navios militares de assistência hospitalar – Comfort e Mercy – ao porto de Nova York e à costa oeste, enquanto os militares suecos estão montando um hospital de campanha perto de Estocolmo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nessa quarta-feira que o país estava em pé de guerra e invocou poderes especiais, por meio da Lei de Produção de Defesa, para expandir rapidamente a fabricação de máscaras e equipamentos de proteção em falta.

Assustadas por uma recessão global aparentemente inevitável, nações ricas estão liberando bilhões de dólares em estímulos para as economias, auxílio para os serviços de saúde, empréstimos para negócios ameaçados e ajuda para pessoas físicas.

O dinheiro extra de governos e bancos centrais não bastou para acalmar os mercados: as ações e os preços do petróleo voltaram a sofrer abalos.

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