Paul Krugman diz que Portugal pode ser afetado se Grécia sair do euro

O economista norte-americano Paul Krugman, prêmio Nobel da Economia, acusa a Alemanha de promover uma política de autodestruição e de depressão na Europa.

Da RedaçãoCom agencias

Numa entrevista publicada pelo jornal espanhol El Pais, o economista norte-americano Paul Krugman, prêmio Nobel da Economia, admite que a Grécia poderá vir a sair da moeda única e que Portugal pode ser o principal afetado.

O economista acredita que Portugal poderá ser o país mais afetado pela "possibilidade plausível da Grécia ser forçada a sair" do euro, contágio que "provocaria sérios problemas a todos os outros", noticiou a rádio portuguesa TSF.

Krugman não acredita que um acontecimento com este possa vir a provocar o colapso da Europa e diz que "ficaria surpreendido" se França, Alemanha ou os países do Benelux não defendessem "com unhas e dentes a moeda única no futuro mais imediato".

O economista voltou a apoiar aqueles que escolhem medidas de estímulo para combater a recessão, até porque a "austeridade espanhola teria muito mais possibilidades de funcionar se a Alemanha não seguisse uma política de austeridade".

Para Krugman, a política que Berlim está a seguir "não é boa para a Europa mas também é realmente má para a Alemanha" que está a "desempenhar um papel realmente destrutivo", pois "está a empurrar-se a si própria e ao resto da Europa para a via da autodestruição".

"Parte do problema da Zona Euro é que existem muitas vias de contágio, pelo que a austeridade de um país conduz à depressão nos outros países. A austeridade pode parece bem a um país, porque reduz a sua dívida, mas não tem em conta o custo que impõe aos vizinhos com as políticas restritivas", disse Paul Krugman na entrevista ao El País.

Desemprego aproxima-se do de Espanha Ainda em Portugal, o secretário geral da UGT, João Proença, afirmou que as previsões do Banco de Portugal indicam que o desemprego no país se aproxima "perigosamente" dos índices da Espanha, outro país muito afetado pela crise econômica.

João Proença participou no encerramento do congresso fundador da UGT-Madeira, no Funchal, capital da Ilha da Madeira, e defendeu a necessidade de ser considerada como prioridade o combate ao desemprego.

"O desemprego em 2010 vai ser muito superior ao de 2009, cerca de 1,5 pontos, em 2009 a média anual foi 9,5, este ano cerca de 11% e para o ano, com as previsões de crescimento muito baixas, 0,2% segundo os últimos dados do Banco de Portugal, vai aumentar provavelmente mais", argumentou.

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