Passos Coelho é o novo primeiro-ministro de Portugal

Mundo Lusíada

Com Lusa

Foto: Antonio Cotrim/Lusa

O líder do PSD prometeu, em 05 de junho, um governo de maioria liderado pelo PSD que “dará estabilidade” para os próximos quatro anos. Segundo assegurou, oferecerá um “trabalho incansável” para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para superar as dificuldades e para honrar os compromissos estabelecidos com a ‘troika’ relativamente à ajuda externa.

Pedro Passos Coelho, declarou aos portugueses que os próximos anos vão exigir a todos “muita coragem” e “alguma paciência”, admitindo que possam ser necessários mais sacrifícios do que os previstos.

“Os anos que nos esperam vão exigir de todo o nosso Portugal muita coragem. Sabemos as dificuldades que enfrentamos. Precisamos de muita coragem para vencer as enormes dificuldades, precisamos também de alguma paciência, porque nós sabemos que esses resultados não aparecerão em dois dias”, declarou Passos Coelho, no seu discurso de vitória nas legislativas, num hotel de Lisboa.

O presidente do PSD prometeu “trabalho absoluto” e “transparência total” quanto à situação do país e aos sacrifícios pedidos aos portugueses – “os que já estão prometidos” e “alguns que se tenham de impor pela força das circunstâncias”.

Dirigindo-se a todos os portugueses, Passos Coelho acrescentou: “Vai ser difícil, mas vai valer a pena. Eu sei que vai valer a pena”.

O PSD venceu as eleições legislativas de domingo com 38,6%, elegendo 105 deputados, o PS obteve 28% (73 deputados), o CDS-PP 11,7% (24 deputados), o PCP 7,9% (16 deputados) e o Bloco de Esquerda 5,2% (oito deputados).

Pedro Passos Coelho será o 17º primeiro-ministro da União Europeia pertencente ao Partido Popular Europeu (PPE), família política na qual o PSD está integrado, e que continua a consolidar a sua hegemonia na Europa.

O presidente do PPE, Wilfried Martens, disse hoje estar “desejoso de felicitar pessoalmente Pedro Passos Coelho”, o que acontecerá na próxima cimeira dos populares europeus, que se realiza em Bruxelas à margem do próximo Conselho Europeu, a 23 e 24 de junho. “Esta viragem para o centro-direita trará um novo ímpeto e estabilidade política a Portugal”.

O PPE é a maior família política europeia, contando atualmente com 16 chefes de Estado ou de Governo entre os 27 Estados-membros da União Europeia, a maior bancada do Parlamento Europeu, e os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, Conselho, Herman van Rompuy, e Parlamento Europeu, Jerzy Buzek.

Tempo de Cavaco

Pedro Passos Coelho fez em 02 de junho alusão ao tempo em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro, afirmando que foi com um Governo social-democrata que Portugal cresceu e que isso vai acontecer novamente.

“Sabemos que o país, que os portugueses, quando foi preciso, quando foi mesmo preciso, quando as dificuldades apertaram a sério, foi no PSD que confiaram, foi com o PSD que sonharam. Foi com um Governo liderado pelo PSD que o país cresceu e que o país se desenvolveu”, afirmou Passos Coelho, num comício na Praça de Dom João I, no Porto, antes das eleições.

Apontando a presença dos seus ex-adversários Paulo Rangel e Aguiar-Branco e de anteriores líderes do PSD na sua campanha, Passos Coelho prometeu “chamar os melhores” e unir o país como uniu o seu partido.

Já a apuração dos votos do Círculo Fora da Europa acontece no próximo dia 15, a partir das 9h em 11 mesas de votos compostas, cada uma, por presidente, vice-presidente, secretário e dois escrutinadores e sediadas no Complexo Desportivo Municipal em Lisboa.

NOVO GOVERNO

O líder do PSD comunicou ao Presidente da República, Cavaco Silva, que o seu partido e o CDS-PP “dispõem de uma solução maioritária de Governo”, disse à Lusa fonte próxima de Pedro Passos Coelho, em 14 de junho.

“No decorrer desta semana, os dois partidos estarão em condições de proceder à assinatura pública do acordo político de Governo e da respetiva base programática”, adiantou à agência Lusa.

No dia a seguir às eleições legislativas de 5 de junho, que o PSD venceu sem maioria absoluta, o Presidente da República incumbiu Passos Coelho de “desenvolver de imediato diligências” para “propor uma solução governativa maioritária e consistente”.

Desde então, houve encontros entre o PSD e o CDS-PP, que juntos formam uma maioria absoluta de 129 deputados no Parlamento – sem contabilizar os 4 deputados dos círculos da emigração, cuja eleição está estava por apurar – para negociar um Governo de coligação.

Neste dia 14, Passos Coelho foi recebido em Belém, a seu pedido, para dar conta do resultado das diligências que desenvolveu e “comunicou ao chefe de Estado que o PSD e o CDS-PP dispõem de uma solução maioritária de Governo”.

O Presidente da República disse aos jornalistas que se não surgisse “algo confuso, difícil na contagem dos votos dos círculos da emigração” a posse do novo Governo poderia “ter lugar antes do dia 23”, antes do Conselho Europeu de 23 e 24, em Bruxelas.

O PSD foi o partido mais votado no dia 5, mas não obteve uma maioria absoluta no Parlamento. Essa maioria de deputados será conseguida com um acordo com o CDS, a terceira força mais votada. Entre os partidos de Passos Coelho e de Paulo Portas as discussões têm abordado quer o peso que o CDS terá no Governo (e quais os ministérios que irá liderar), quer a concertação de políticas nos pontos em que o PSD e o CDS não estavam, à partida, de acordo.

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