Partido acusa Governo de estar atrasado para a época de incêndios

Da Redação
Com Lusa

O CDS-PP acusou o Governo de estar atrasado e a mostrar incompetência na preparação da próxima época de incêndios, questionando onde está a nova lei da proteção civil e a participação da Força Aérea.

“O Governo está atrasado, não está a mostrar a competência necessária. Estamos dispostos a ajudar, exigentes, mas também construtivos”, defendeu o vice-presidente da bancada do CDS Telmo Correia, na abertura de uma interpelação ao Governo sobre a “preparação da próxima época de incêndios”.

Telmo Correia fez uma intervenção inicial marcada pelas interrogações, questionando se “a nova lei da Proteção Civil” será “mais uma lei que fica na gaveta”, sublinhando a importância daquela legislação.

“Se a nova lei não surge todo o dispositivo está à espera”, declarou.

O deputado e dirigente centrista apontou também para o “grande problema de articulação” entre entidades, como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o dispositivo da proteção civil no aviso e socorro às populações, identificado nos relatórios aos incêndios de 2017, em que morreram mais de 100 pessoas.

Telmo Correia perguntou ainda pela concretização da participação da Força Aérea: “Quando teremos a Força Aérea? É que tudo indica que não é tão cedo, não é este ano”.

Mas Eduardo Cabrita, defendeu que Portugal está “mais preparado do que alguma vez esteve para enfrentar” os incêndios florestais.

Na Assembleia da República, o Ministro destacou que “a prevenção foi a prioridade deste inverno» e que o resultado alcançado é «uma vitória dos portugueses, autarquias, proprietários e todos aqueles que se mobilizaram no esforço nacional de limpeza das florestas”.

Eduardo Cabrita realçou vai passar a existir uma gestão “flexível” de meios aéreos que vão estar disponíveis todo o ano e afirmou que os bombeiros voluntários vão ter “o maior nível de profissionalização que jamais existiu”.

“Teremos 79 novas equipas até ao verão, o que permitirá aumentar em 1300 os bombeiros profissionais apoiados pelo Estado e, até ao final do ano, teremos 300 equipas profissionais nos bombeiros a nível nacional”, disse.

O Ministro destacou ainda o aumento de 500 elementos no Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, que vão combater os incêndios em todo o País, bem como o reforço no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), guardas florestais e sapadores florestais.

Rede indisponível

O ministro da Administração Interna adiantou esta quarta-feira no parlamento que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) esteve indisponível nove mil horas em 2017.

O SIRESP é uma rede de comunicações de emergência e segurança, com mensagens encriptadas. “O SIRESP é um sistema único, baseado numa só infra-estrutura, nacional, partilhado, que assegura a satisfação das necessidades de comunicações das forças e serviços de emergência e de segurança, satisfazendo a intercomunicação e a inter-operabilidade entre aquelas forças e serviços e, em caso de emergência, permite a centralização do comando e da coordenação”, lê-se no site.

“O levantamento que foi feito aponta para nove mil horas de indisponibilidade da rede SIRESP em 2017, e daí tiremos sem demagogias as responsabilidades necessárias”, disse Eduardo Cabrita, durante a interpelação do CDS ao Governo sobre a “preparação da próxima época de incêndios”.

O ministro deu conta de que estão a ser instaladas 451 antenas nas áreas consideradas de maior risco de incêndio, tendo sido já adquiridas as unidades móveis que vão integrar o SIRESP.

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