Parlamento debate abaixo assinado contra ortografia

Da RedaçãoCom Agencias

 

Por pressão popular, o Parlamento português (Assembléia da República) debateu mais uma vez o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O motivo é o abaixo-assinado contra o acordo ortográfico, que já reúne mais de 113 mil assinaturas, e para a casa discutir um assunto basta 5 mil assinaturas.

O relatório da Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura recomendava que o plenário devia "apreciar" a petição e ressaltava que algumas das preocupações e sugestões deviam ser consideradas. O documento final da Comissão, aprovado por unanimidade, pede à Assembleia da República que "tome, adote ou proponha as medidas julgadas necessárias". Elaborado pelo deputado social-democrata Feliciano Barreiras Duarte, o texto diz que "as preocupações e os alertas dos peticionários devem ser tidos em conta, do ponto de vista técnico e político, a curto e a médio prazo". Graça Moura pede que o governo "abra negociações com o objetivo da revisão dos termos do acordo".

A petição contra o acordo diz que as justificas para sua entrada em vigor são falsas. Muitos dos opositores também afirmam que seria uma concessão ao português do Brasil, reclamando por exemplo a ausência de "p" e "c" em palavras como "óptimo" ou "acto". De acordo com uma sondagem da empresa Aximage, a maioria dos portugueses são contra o novo acordo e diz que não utilizará as novas regras. A pesquisa apontou que 57,3% dos portugueses são contra e apenas 30,1% são a favor, indiferente somam 11%. Sobre a utilização das novas normas, 66,3% afirmam que não vão usa-las, enquanto 22,1% dizem que pretendem escrever da nova maneira. A maior rejeição está entre os jovens de 18 a 29 anos, e os portugueses com formação superior têm maior aceitação do acordo.

Mas Portugal já ratificou o projeto. "O fato é que o acordo já está em vigor. Foi aprovado pelo governo, aprovado pela Assembleia da República, promulgado pelo presidente e o instrumento de ratificação foi depositado no Ministério de Negócios Estrangeiros no dia 13 de maio", afirma Rui Peças, assessor do ministro da Cultura.

Dos países lusófonos, apenas o Brasil deu início oficialmente ao período de transição para sua entrada. Além dele, Portugal, São Tomé e Cabo Verde já aprovaram o acordo.

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