A parceria estratégica entre Portugal e a Argélia tem de envolver as empresas dos dois países cujos governos vêem com "bons olhos" uma ligação no setor da energia, afirmou em 21 de janeiro o primeiro-ministro, José Sócrates.
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Manuel de Almeida/Lusa Primeiro-Ministro José Sócrates e o Primeiro-Ministro da Argélia, Abdelaziz Belkhadem, no final da Cimeira Luso-Argelina, 21 e 22 Janeiro. |
As declarações de Sócrates foram feitas à chegada ao aeroporto internacional de Argel (Houari Boumedinne) onde foi recebido pelo primeiro-ministro argelino no primeiro dia da I Cimeira Luso-Argelina. "A energia é um setor da maior importância. Já temos uma cooperação estratégica, somos clientes da Argélia e estamos muito empenhados em que essa parceria tenha agora uma repercussão nas nossas empresas", afirmou o primeiro-ministro à imprensa.
As negociações em curso entre a EDP e a Sonatrach, que deverão levar os argelinos a tomarem uma posição de cinco% na capital de uma das maiores empresas portuguesas, estão a ser "muito impulsionadas pelos dois governos", mas, salientou Sócrates, a decisão final cabe às duas empresas. "Queremos que esse processo (parceria EDP-Sonatrach) chegue a um fim, é visto com bons olhos pelos dois lados", defendeu o governante português.
Sócrates considerou ainda ser necessário "fazer com que a Europa olhe com maior atenção para os países do norte de África e acentue a sua relação econômica e contribua para o desenvolvimento destes países". Só assim, adiantou, será possível gerir a imigração, um tema que também esteve no centro das discussões em Argel, incluindo discussão o item tráfico de seres humanos. Com o primeiro-ministro seguiram para a Argélia os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Justiça, da Economia e Inovação, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, e da Cultura. Entre as empresas representadas destaca-se o setor da energia, com a G alp Energia e a EDP. Também a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Espírito Santo e Millennium Bcp enviaram responsáveis.
Argel exporta anualmente perto de 60.000 milhões de metros cúbicos de gás natural para a Europa, incluindo Portugal, sendo um dos principais fornecedores energéticos do país. Até 2010, o volume de exportações para a Europa deverá atingir os 80 mil milhões de metros cúbicos anuais, reforçando o peso do país magrebino no setor da Energia do continente.
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