Parceria estratégica com União Européia é positiva para Brasil

O bloco ainda convidou o país a apresentar sua posição sobre o alcance desse mecanismo.

"O Governo brasileiro acolhe de forma altamente positiva a proposta da Comissão Européia, que é decorrência natural de um relacionamento iniciado há 47 anos" divulgou o governo brasileiro.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a ação vai de encontro com as diversas parcerias que o Brasil já mantém com países membros da UE, como Alemanha, França, Reino Unido, Portugal, Espanha e Itália.

O ministério divulgou ainda que a parceria estratégica Brasil-UE aprofunda as relações bilaterais, através da formalização do Diálogo Político de Alto Nível e uma maior cooperação em diferentes áreas de "interesse mútuo".

Entre as essas áreas estão a energia/biocombustível, ciência e tecnologia, meio ambiente, cooperação técnica, temas sociais, desenvolvimento regional e transportes marítimos. "O Governo brasileiro entende que essa parceria, que tem caráter estritamente bilateral, poderá representar impulso político às negociações Mercosul-UE" diz a nota do MRE.

No próximo dia 4 de julho, acontece em Lisboa a reunião de Cúpula União Européia-Brasil, uma iniciativa da futura presidência portuguesa no bloco europeu, que se inicia em 1 de julho. UE reconheceu peso do Brasil Para a cientista política Lúcia Avelar, diretora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), a influência regional do Brasil tem que ser reconhecida, já que faltava o reconhecimento de que o Brasil é um país emergente.

Lúcia Avelar disse à Agencia Lusa que a América Latina, notadamente a América do Sul, estava relegada a segundo plano na política externa européia e que a nova parceria com o Brasil poderá significar uma maior aproximação.

"A América do Sul sempre teve um desenvolvimento na periferia do mundo capitalista e hoje procura uma sustentabilidade no plano regional. É necessária uma parceria com a UE com identidade e autonomia regional", defendeu.

Questionada se as relações privilegiadas do Brasil com a Europa poderão influenciar nas negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE, Lúcia Avelar respondeu que há fortes interesses na integração através do mercado, notadamente por parte de um segmento da população brasileira que tem um nível de concentração de riqueza muito alto.

"Vemos com muito otimismo esta parceria, que é um aprofundamento natural das relações já existentes com a Europa. Parece-me muito generoso de Portugal, que é a nossa pátria primeira, ter feito esta proposta", assinalou Lúcia Avelar.

A cientista política admitiu que o fato de ter sido Portugal e não a Alemanha, por exemplo, a tomar essa iniciativa de privilegiar a relação do Brasil com o bloco europeu tem uma "diferença de peso", mas não acredita que haverá resistências à proposta por parte dos outros países da UE.

"Temos que ser realistas do peso que tem cada país da União Européia. A Alemanha é o país mais forte do bloco, com o euro tendo uma âncora muito forte na riqueza, na produção alemã. Mas temos com Portugal relações muito fortes, a começar pela língua, pela história colonial e pela similaridade da cultura", destacou.

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