Pandemia veio mostrar que “nenhum país está preparado”, diz ministra portuguesa

Um funcionário limpa uma mesa numa pastelaria na Rua Augusta no primeiro dia após o alívio das medidas de emergência devido à situação epidemiológica da covid-19 decretadas pelo Governo em Lisboa, 18 de maio de 2020. JOSÉ SENA GOULÃO /LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

A ministra portuguesa da Saúde, Marta Temido, afirmou perante a Assembleia Mundial da Saúde que a pandemia da covid-19 veio mostrar que “nenhum país está preparado” para enfrentar sozinho tal ameaça.

Falando de Lisboa por teleconferência, Marta Temido considerou que todas as nações “dependem e precisam” umas das outras e que é preciso “fortalecer os sistemas de saúde e os cuidados de saúde universais”.

Esta “arquitetura de saúde pública” precisa de ser global e de se fazer com “solidariedade e transparência”, afirmou a ministra durante o plenário da Assembleia Mundial de Saúde, a reunião anual da Organização Mundial de Saúde.

“A covid-19 mudou as nossas vidas e o seu impacto e consequências continuarão a fazer-se sentir durante muito tempo”, considerou, acrescentando que evidenciou “a importância da saúde pública”, que tem implicações em toda a sociedade.

Marta Temido agradeceu aos portugueses pela “maneira responsável” como responderam às medidas de confinamento durante o período em que vigorou o estado de emergência no país e os passos para o retomar lento da normalidade.

E destacou a importância de respeitar os direitos humanos durante este confinamento forçado.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infectadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Caminho de Portugal

Nesta segunda-feira, Portugal dá mais um passo no processo de abertura gradual da economia e da vida social. Coincidindo com o Dia Internacional dos Museus, esta nova fase foi marcada pela abertura, não só dos museus, como também de equipamentos culturais, como monumentos, galerias de arte, centros interpretativos, palácios e igrejas.

Também abrem os restaurantes, cafés, pastelarias, esplanadas e estabelecimentos comerciais até 400 metros quadrados, de acordo com o plano do governo.

Este será assim o segundo momento de abertura faseada e controlada, depois de no passado dia 4 de maio, terem já aberto portas os comércios locais, as livrarias, os cabeleireiros, os institutos de beleza, as bibliotecas, as atividades náuticas, os campos de golfe, os táxis, os rent-a-car e alguns serviços públicos e transportes.

A curva dos efeitos da pandemia em Portugal manteve a sua trajetória descendente, o que veio reforçar a confiança e segurança nas medidas implementadas nestes 18 maio, bem como nas previstas para as fases seguintes.

Serão mantidas as rigorosas e apertadas regras de segurança sanitária estabelecidas no país pela Direção Geral da Saúde, com o uso obrigatório de máscara, a manutenção da distância mínima de dois metros entre pessoas, condições para a higienização frequente das mãos de colaboradores, visitantes ou clientes, bem como das superfícies e espaços, com limitações na sua lotação.

Nos restaurantes e estabelecimentos similares, a ventilação e renovação frequente do ar serão aspectos prioritários e serão retirados das mesas todos os elementos decorativos. Aconselha-se também a reserva antecipada de lugar e os pagamentos deverão ser realizados preferencialmente com cartões.

O Turismo de Portugal criou o selo “Clean & Safe”, que distingue as atividades turísticas que asseguram o cumprimento de requisitos de higiene e de limpeza para prevenção e controle da Covid-19 e de outras eventuais infeções de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde.

Este selo abrange toda a cadeia de valor do turismo, incluindo, hotéis, alojamento local (aluguel de temporada), empresas de animação turística e restaurantes, que paralelamente implementaram protocolos específicos para as diferentes serviços.

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