“País não pode dividir-se em duas metades que se digladiam” diz presidente do Tribunal de Contas

Da Redação
Com Lusa

Milhares marcham em Lisboa em frente ao Parlamento. MIGUEL A. LOPES/LUSAO presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, defendeu nesta terça=feira a necessidade de articulação do rigor orçamental com a justiça social, alertando que “o país não pode dividir-se entre duas metades que se digladiam”.

Falando à margem de uma conferência sobre poder local, Oliveira Martins defendeu a necessidade de “pontes sérias” com vista à resolução dos problemas dos cidadãos. Oliveira Martins recusou-se a comentar a situação política nacional.

O ex-ministro das Finanças e da Educação insistiu que “é indispensável”, perante “os desafios exigentes com que Portugal está confrontado”, que o rigor financeiro e orçamental seja articulado com a justiça social.

“São dois elementos absolutamente fundamentais que levam a que eu aqui tenha dito, reafirmo, que o país não pode dividir-se entre duas metades que se digladiam. Tem de haver pontes sérias, responsáveis, que garantam que os cidadãos veem resolvidos os seus problemas e a defesa do interesse geral”, disse.

O presidente do Tribunal de Contas, que no final de outubro deixa o cargo, fez um balanço positivo do desempenho dos municípios nos últimos anos.

Oliveira Martins falava durante a conferência “A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos”, com a apresentação do anuário financeiro dos municípios, na Universidade Católica de Lisboa.

“O meu balanço é extremamente positivo relativamente ao funcionamento do poder local”, disse, salientando que ao longo dos últimos anos, o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, que tem registado as contas das câmaras municipais, “tem revelado progressos”.

A conferência “A política, os políticos e a gestão dos dinheiros públicos”, que decorre na Universidade Católica, em Lisboa, é promovida pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), que mudou de designação para Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e pela rádio TSF.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2014, coordenado por João Carvalho, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, traça “a radiografia da saúde financeira” dos 308 municípios portugueses e das empresas municipais, com o apoio da OCC e a colaboração do Tribunal de Contas (TdC).

Ameaça
Também o ministro da Economia, durante inauguração de um investimento em Lisboa, declarou que há políticos que olham para investimentos como uma ameaça. Segundo Jornal de Negócios, Pires de Lima pediu bom senso aos políticos no atual momento.

“Há políticos que facilitam a vida a quem quer investir”, “políticos que criam quadros de estabilidade para os empresários” e “que reconhecem o papel das Pequenas e Médias Empresas mas também das grandes empresas”, frisou e continuou, “há políticos que olham para o investimento como uma ameaça e para o grande capital como o diabo”.

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