Números oficiais confirmam vitória socialista em Portugal

Da RedaçãoCom Lusa

João Relvas/Lusa Portugal

>> Partido Socialista (PS) Secretário-Geral e Primeiro-Ministro, José Sócrates, durante seu discurso da vitória depois de conhecer os resultados finais das eleições gerais de 27 de setembro de 2009 no centro de Lisboa. PS venceu as eleições gerais de Portugal.

O Partido Socialista (PS) venceu as eleições legislativas em Portugal com 36,56% dos votos, 7,47% a mais do que o PSD (29,09%), enquanto o CDS-PP passou a ser a terceira força política, com 10,46%.

Sócrates afirmou que o PS teve uma "extraordinária vitória", ressaltando que o povo português fez uma "escolha sem ambiguidade". "O povo português quer que o PS continue a governar Portugal", declarou.

O primeiro-ministro português afirmou que pretende manter o mesmo tipo de relacionamento com o presidente luso, Aníbal Cavaco Silva, com "vontade de uma cooperação institucional".

Sócrates, que também é secretário-geral do Partido Socialista (PS), falava em uma entrevista coletiva no Hotel Altis, em Lisboa, depois do anúncio da vitória da sua legenda nas eleições legislativas.

"A relação com o presidente da República é uma relação institucional, e, pela minha parte e do futuro governo e deste governo, procederemos exatamente como sempre procedemos, com a vontade de uma cooperação institucional, que é isso que todos os portugueses estão à espera na relação entre o Governo e o presidente da República", disse.

De acordo com dados da Direção-Geral da Administração Interna, e quando faltam apurar os quatro deputados eleitos pelos colégios eleitorais no exterior, o PS conquistou 96 mandatos, o PSD 78 e o CDS-PP 21.

O Bloco de Esquerda conquistou 9,85% dos votos e 16 deputados, enquanto a CDU, que passou a ser a quinta força política, obteve 7,88% e 15 deputados. A abstenção foi de 39,4%.

Em 2005, o PS obteve maioria absoluta ao alcançar 45,05% dos votos, elegendo 121 deputados, enquanto o PSD conquistou 28,70% e 75 deputados. A terceira força política foi a CDU, com 7,56% e 14 deputados.

O CDS-PP obteve 7,26%, elegendo 12 deputados, e o Bloco de Esquerda 6,38%, ficando com oito mandatos. A abstenção foi de 34,97%.

Os números mais recentes da apuração apontam um número de votantes de 5.658.778, 54.862 a menos do que em 2005, apesar de haver 551.552 inscritos a mais.

O número de votos em branco foi de 98.993 (1,75%), inferior aos 103.581 (1,81%) registrados em 2005. Quanto aos votos nulos, foram registrados e 74.274 (1,31%), dez mil mais do que em 2005 (1,12%).

PSD vence em mais distritosO PSD venceu em seis distritos nas legislativas de domingo, embora os grandes centros urbanos continuem a ser dominados pelo PS, prova de que o PSD "não atrai" eleitorado "volátil" nas zonas mais populosas, segundo politólogos contactados pela Lusa.

Manuel Meirinho, professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), defende que o eleitorado "uniforme" do PSD, "na casa dos 30%", não foi suficiente para marcar a diferença para com o PS.

"O PSD não conseguiu fazer a diferença no eleitorado volátil dos grandes centros urbanos, o que não vem de agora, vem das eleições de 2005 e até das europeias. Quando assim é, e particularmente quando a campanha eleitoral não faz a diferença, pior ainda", analisa Meirinho.

Para o politólogo José Adelino Maltez, o PSD "falhou" no modelo que apresentou, pois este "já não corresponde às novas gerações", daí a não captação dos novos eleitores nos centros urbanos.

"Portugal não vai lá com aposentados", sustentou, considerando "suicida" o modelo social-democrata, que já não funciona com "cavaquismos". O professor do ICS assinala também a "infuncionalidade" do PSD e enaltece a liderança do CDS-PP e do PS.

A análise de Manuel Meirinho vai no mesmo sentido: para ele Manuela Ferreira Leite saiu "duplamente derrotada" do sufrágio de domingo, pois o PSD "tinha condições" para poder ganhar ao PS. Porém, culpa de "lutas internas", os social-democratas foram "perdendo capacidade para criar alternativas sólidas" à governação de Sócrates.

Perto de dois terços dos deputados eleitos no domingo pelo PS vieram dos cinco círculos eleitorais mais populosos do país (Braga, Porto, Aveiro, Lisboa e Setúbal), elegendo os socialistas nos círculos em questão 59 deputados contra 42 do PSD.

O PSD triunfou este ano em seis distritos (Aveiro, Leiria, Vila Real, Bragança, Viseu e Madeira), mais quatro do que em 2005, e recuperou deputados em seis de círculos eleitorais, apesar de nova derrota nas eleições.

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