No Dia da República, Cavaco Silva destaca a crise e pede mudanças políticas

Mundo Lusíada
Com Lusa

Presidente da República, Cavaco Silva, acompanhado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, durante as comemorações do 101º aniversário da Implantação da República, na Câmara Municipal de Lisboa, em Lisboa, 5 de outubro. Foto: MARIO CRUZ/LUSA

Durante as comemorações oficiais do 101º aniversário da implantação da República, o presidente português, Cavaco Silva, defendeu que “a cultura republicana implica uma reforma profunda do exercício de funções públicas” e que os cidadãos exigem uma “mudança profunda na ação política”.

Neste 05 de outubro, Cavaco Silva declarou que “acabaram os tempos de ilusões”, considerando que Portugal perdeu “muitos anos na letargia do consumo fácil” e que agora “o valor republicano da austeridade digna” deve ser redescoberto.

Segundo ele, estes tempos “muito difíceis” tornam urgente “reinventar o republicanismo, fundar um republicanismo ajustado às exigências cívicas do novo século” e, “precisamente porque se pedem mais sacrifícios, o exemplo dos agentes políticos tem de ser mais autêntico”.

Sinais preocupantes da conjuntura internacional

Presidente da República, Cavaco Silva, acompanhado pela sua mulher, Maria Cavaco Silva, durante as comemorações do 101º aniversário da Implantação da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, 5 de outubro de 2011. MARIO CRUZ/LUSA

O presidente português ainda alertou para a existência de “sinais preocupantes” no plano internacional de que poderá haver um novo agravamento da situação econômica e financeira, num discurso em que apelou ao reforço do projeto europeu.

Cavaco Silva declarou que “acabaram os tempos de ilusões” e referiu-se aos sacrifícios exigidos aos portugueses como “provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu”. E considerou que “os princípios fundadores do projeto europeu estão a ser postos à prova”.

“Neste novo século republicano, os portugueses vivem tempos de incerteza perante o que o futuro lhes trará. No plano internacional, emergem sinais de que situação econômica e financeira se poderá agravar de novo”, apontou o Presidente da República, no seu discurso na Praça do Município, em Lisboa.

Cavaco Silva dramatizou as consequências de um eventual “fracasso da experiência do euro” dizendo que isso “seria o início de um processo que culminaria na destruição da Europa unida” e que “a diluição da zona euro iria arrastar consigo toda a União, mergulhando-a num turbilhão de resultados imprevisíveis”.

O chefe de Estado questionou “que credibilidade apresentariam os países europeus de um mundo globalizado e extremamente competitivo”, acrescentando: “É esta a grande questão que os líderes europeus devem colocar a si próprios e aos cidadãos dos seus países”.

Segundo Cavaco Silva, estes dias “são um teste decisivo para a vitalidade da União Europeia”, que se encontra “numa encruzilhada” e terá de decidir se quer ser “um mero aglomerado de mercados” ou “concretizar a aspiração de uma Europa coesa e solidária”. “Os líderes europeus da atualidade têm de saber estar à altura dos ideais grandiosos de Jean Monnet ou de Robert Schuman”, defendeu.

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