Namíbia: Conselheiro ameaça devolver comenda se governo insistir no encerramento de Consulado

O comendador Manuel Coelho, conselheiro da comunidade portuguesa da Namíbia e membro permanente do Conselho das Comunidades, ameaçou entregar a sua comenda ao Presidente da República se o governo insistir no encerramento do escritório consular em Windhoek. Coelho foi em 1988 distinguido como Oficial da Ordem de Mérito por ter auxiliado centenas de portugueses que, depois da independência de Angola, se viram forçados a fugir para o então Sudoeste Africano (hoje Namíbia), acabando por ser acolhidos em campos de refugiados.

Para Manuel Coelho, a sua decisão de devolver a distinção ao Estado português é uma conseqüência do fato de não sentir que “a defesa do nome de Portugal neste país de acolhimento tenha honra ou prestígio, a partir do momento em que o país vira as costas aos seus cidadãos”.

Ainda em 25 de março, Manuel Coelho respondeu ainda ao secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que disse que “o Estado não pactua com atos de violência e tentativas de invasão de entidades públicas”, referindo-se às manifestações de protesto durante as quais portugueses ocuparam o escritório de representação consular português. “Foi o Estado quem utilizou a violência contra os seus cidadãos ao decidir encerrar postos consulares em locais onde as comunidades têm dimensão razoável e grande importância social e econômica”.

Também em Durban, África do Sul, existe descontentamento com o anunciado encerramento do consulado português, que será substituído por um cônsul-honorário a nomear.

O conselheiro da comunidade de Durban, Elias de Sousa, enviou uma mensagem de solidariedade a Manuel Coelho e à comunidade portuguesa da Namíbia e declarou à agência Lusa estar “muito preocupado com o encerramento do consulado em Durban, uma cidade onde residem mais de 10 mil portugueses, onde estudou Fernando Pessoa, e que é parte de uma região à qual Portugal está ligada por mais de 500 anos de História”.

Natal, o nome original da província do Kwazulu-Natal, foi atribuído por Vasco da Gama, que aportou na região no dia de Natal de 1497.

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