Mobilidade aumenta e o teletrabalho diminui, Ministra apela para cumprimento de medidas

Da Redação Com Lusa

A ministra portuguesa da Saúde voltou a apelar para o cumprimento das medidas de prevenção contra a covid-19, sublinhando que a mobilidade está a aumentar e o teletrabalho a diminuir, e reiterou a confiança nas vacinas.

Em declarações após a reunião de especialistas que hoje decorreu no Infarmed, Marta Temido lembrou que, não obstante o processo de desconfinamento ter começado há menos de 15 dias e estar ainda na primeira fase, a mobilidade está a aumentar e há uma menor utilização do teletrabalho.

Marta Temido insistiu para que, sempre que possível, se continue a optar “pelo teletrabalho e pela restrição dos contactos sociais ao mínimo indispensável”.

“O vírus continua a estar presente no espaço europeu”, afirmou, frisando que, por isso, não podem ser aliviadas as medidas de prevenção.

Questionada sobre a paragem na vacinação com a vacina da AstraZeneca, a ministra sublinhou que se tratou de “uma pausa” e não de “uma suspensão”, reiterando a confiança nas vacinas.

“Qualquer vacina, ou qualquer medicamento, passa por uma avaliação da agência europeia do medicamento [EMA] que tem décadas de trabalho confiável e transparente”, afirmou a governante, lembrando que o que Portugal fez foi seguir as recomendações da EMA.

“As vacinas são seguras. Têm, como qualquer medicamento, um contexto de indicações e restrições e os países têm de as seguir”, afirmou.

Comportamentos

Os comportamentos dos portugueses em relação às medidas de combate à covid-19 pioraram no último mês, sobretudo nos mais jovens, duplicando a percentagem dos que reconheceram ter estado com grupos de 10 ou mais pessoas fora do agregado familiar.

Segundo os dados apresentados por Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, na reunião de especialistas no Infarmed, em Lisboa, entre os dias 19 de fevereiro e 19 de março a percentagem de pessoas que disse ter estado em contato com grupos de 10 ou mais pessoas que não pertencem ao seu agregado familiar passou de 1,8 para 4,9%.

O uso da máscara quando se sai de casa tinha uma adesão de 98% a 19 de fevereiro e passou para 86% um mês depois e a frequência com que os portugueses disseram ter saído de casa (sem ser para trabalhar) todos ou quase todos os dias passou de 17% para 26%.

O cumprimento da medida das distâncias físicas (dois metros) também piorou, passando de 8,9% para 12,2% as pessoas que nunca a cumpriram ou que não a cumpriram algumas vezes.

A especialista explicou que ao nível dos comportamentos, a situação tinha melhorado em todos os indicadores, inverteu a tendência nas quinzenas natalícias (incluindo o Ano Novo), voltou a melhorar em janeiro (na última vaga da pandemia) e piorou de novo nas últimas quinzenas

Portugal registrou nesta terça-feira 10 mortes relacionadas com a covid-19 e 434 novos casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim epidemiológico da DGS revela que estão internados 743 doentes (menos 28 do que na segunda-feira), o número mais baixo desde 06 de outubro, dia que estavam internadas 732 pessoas.

Nos cuidados intensivos, Portugal tem hoje 159 doentes (menos seis em relação a segunda-feira), o valor mais baixo desde 18 outubro, dia em que Portugal tinha 155 doentes nestas unidades.

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