Ministro luso apóia polícia após polêmica no caso Maddie

Da Redação Com Lusa

Luís Forra- 19.mai.07/ Lusa

O ministro português da Justiça manifestou confiança no diretor-nacional da Polícia Judiciária (PJ), que se envolveu em uma polêmica em Portugal por ter declarado que houve “precipitação” ao atribuir a condição de suspeitos aos pais de Madeleine McCann, que desapareceu no país, no ano passado. “O fato do diretor nacional da PJ continuar em funções significa tudo o que penso sobre este assunto”, disse Alberto Costa ao ser questionado sobre as declarações do diretor-nacional da Judiciária. Alípio Ribeiro, em entrevista ao programa “Diga Lá Excelência” da Rádio Renascença, disse que poderia ter havido precipitação na constituição dos pais como suspeitos.

Para o líder parlamentar do Partido Social Democrata de Portugal (PSD), Pedro Santana Lopes, apenas “razões muito fortes” podem explicar as declarações do diretor da polícia. “Só razões muito fortes, que não conhecemos, as podem justificar, senão são incompreensíveis”, insistiu.

Porém a Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa assegurou em 14 de fevereiro que não foi aberto inquérito para averiguar se as recentes declarações configuravam violação de segredo de Justiça. O ministro da justiça afirmou, no Parlamento, que as declarações de Alípio Ribeiro não afetaram as investigações sobre o caso.

Após a entrevista, o porta-voz do casal McCann defendeu a retirada da condição de suspeitos. Madeleine McCann desapareceu em 3 de maio de 2007 de um complexo turístico na Praia da Luz, Lagos, Algarve, tendo o mistério e a aparente falta de pistas sólidas e motivações para transformar este caso num dos processos mais midiáticos de todos os tempos. O processo foi declarado, em 14 de janeiro, de especial complexidade, o que permitiu prolongar o prazo do segredo de Justiça por mais três meses.

Corpo em lago de Portugal Segundo divulgou a agencia Ansa, mergulhadores britânicos começaram, no início de fevereiro, buscas no lago Barragem do Arade, sul de Portugal, após informações de que o corpo da garota inglesa havia sido jogado no local. A informação veio do advogado português Marcos Correia, que teria sido informado que o corpo de Madeleine foi jogado, morta 48 horas após o seqüestro do quarto de hotel, cerca de 65 quilômetros do lago.

Mesmo não acreditando na teoria, a polícia portuguesa resolveu checar se o corpo de Maddie se encontra no local. “Minhas fontes me disseram que a garota foi jogada em águas pantanosas, onde havia uma praia e muitas árvores” disse Correia.

Ainda de acordo com a agencia, os mergulhadores acharam um cabo que poderia ter sido usado para amarrar o corpo de Madeleine. E o local próximo da cidade de Silves coincide com o que um caminhoneiro disse à polícia dois dias após o desaparecimento, de que viu uma mulher e um homem com uma garota parecida com Madeleine.

Atrito entre Portugal e Reino Unido Durante a investigação policial, Portugal se desentendeu com o Reino Unido no início do ano. Desta vez, os procuradores portugueses enviaram uma carta em 7 de janeiro ao Ministério do Interior britânico pedindo que a Scotland Yard interrogasse os amigos que jantaram com os McCann na noite do desaparecimento.

Segundo o jornal “The Sun”, o governo britânico disse não ter recebido nada, e a confusão deu margem para a imprensa portuguesa publicar que Londres está demorando para atender o pedido propositalmente. Já o jornal “Daily Mail” divulgou que a ministra do Interior britânica, Jacqui Smith, teria decidido não responder ao pedido luso.

Detetives portugueses dizem que há muitas “inconsistências” nas evidências e depoimentos dados pelos amigos de Kate e Gerry McCann.

 

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