Ministro brasileiro anuncia desenvolvimento de vacina financiada pelo governo

Da Redação Com agências

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, anunciou neste dia 26 que pesquisadores financiados com recursos do governo federal entraram com pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de realização de testes para uma vacina contra a covid-19, batizada de Versamune-CoV-2F.

O imunizante está sendo desenvolvido pelo pesquisador Célio Lopes Silva, professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, em parceria com as empresas Farmacore Biotecnologia e PDS Biotechnology Corporation.

Para as fases 1 e 2 dos testes clínicos, que envolvem a avaliação em humanos, Marcos Pontes informou que inicialmente serão 360 voluntários.

O anúncio foi feito horas depois de o governador de São Paulo, João Doria, anunciar que o Instituto Butantan está desenvolvendo uma nova vacina totalmente nacional, a Butantanvac, e que o órgão entrará com pedido de autorização na Anvisa para os estudos clínicos.

Perguntado por que o anúncio do governo federal foi no mesmo dia do realizado pelo governo de São Paulo, Pontes disse que é uma “coincidência”. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Eu estava na expectativa de anunciar. Ia fazer assim que entrassem [com o pedido na Anvisa]”.

Pontes destacou que o ministério vem financiando pesquisas desde fevereiro do ano passado, mas que teve dificuldades para obter novos recursos no fim do ano e em fevereiro, mas remanejou recursos da pasta para o projeto coordenado pelo professor da USP de Ribeirão Preto.

“Em fevereiro uma dessas vacinas se adiantou bastante com a Anvisa. Busquei no MCTI recursos de outros projetos para apoiar os testes clínicos”, disse.

ButanVac
Já o Instituto Butantan protocolou na Anvisa na noite de sexta-feira, o  pedido para realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Butanvac.

Após a imprensa ter divulgado que a vacina do Butantan teria sido desenvolvida no Instituto Mount Sinai, nos Estados Unidos, o instituto divulgou uma nota em que reafirma que a produção da ButanVac será 100% brasileira.

Segundo a nota, o instituto firmou uma parceria e tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque para se obter o vírus.

O instituto esclarece que apenas a tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos para obtenção do vírus não é suficiente para se desenvolver uma vacina e é quando começa o “desenvolvimento da vacina completamente com tecnologia do Butantan”. “Entre as etapas feitas totalmente por técnicas desenvolvidas pelo instituto paulista, estão a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação aos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses, estudos clínicos e regulatórios, além do registro.”

O Butantan ainda destacou que o consórcio internacional tem um papel importante na “concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunobiológico, algo imprescindível para uma vacina segura e eficaz.”

Novo recorde
O Brasil bateu seu novo recorde de mortes registradas em 24 horas, com 3.650. Este total supera a maior marca anterior, de 3.250, na terça-feira (23). É mais de 50% acima da média móvel da última semana epidemiológica (14 a 20 de março), que ficou em 2.236 óbitos.

A marca ainda não inclui os dados do Ceará, que vem apresentando problemas técnicos para atualizar seus dados de novas mortes e casos. Com a soma de óbitos desse estado, o número deve aumentar.

O total de vidas perdidas para a pandemia alcançou 307.112. O país também teve 84.245 novos diagnósticos confirmados em 24h.

O total de pessoas que pegaram covid-19 desde o início da pandemia alcançou 12.404.414.

O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (70.696), Rio de Janeiro (35.758), Minas Gerais (22.887), Rio Grande do Sul (17.349) e Paraná (15.939). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.224), Amapá (1.265), Roraima (1.318), Tocantins (1.912) e Alagoas (3.444).

Já foram distribuídos 32,2 milhões de doses de vacinas. Deste total, foram aplicados 16,7 milhões de doses, sendo 12,8 milhões da primeira dose e 3,9 milhões da segunda dose.

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