Ministro acusa Antonio Costa de “falta de honestidade” sobre emigração

Mundo Lusíada
Com Lusa

Milhares marcham em Lisboa em frente ao Parlamento. MIGUEL A. LOPES/LUSAO ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, acusou o secretário-geral do PS, António Costa, de “falta de honestidade intelectual e política” ao afirmar que a emigração em Portugal aumentou 126%, entre 2010 e 2013.

Poiares Maduro reagia às declarações do líder socialista na sexta-feira à noite sobre a emigração em Portugal, que disse ter aumentado 126% entre 2010 e 2013, e por ter acusado o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de ter faltado à verdade.

“O doutor António Costa tem razão num ponto: a questão é fundamentalmente de caráter e de honestidade intelectual e política. O doutor António Costa veio dizer que o primeiro-ministro tinha faltado à verdade sobre os números da emigração, mas para o fazer usou números da emigração permanente do INE de 2010 para 2014, dizendo que, durante esse período, tinha aumentado 125%. Esqueceu-se foi de dizer que desses 125%, praticamente 100% foram de 2010 para 2011, ou seja, ainda durante o governo socialista”, afirmou à agência Lusa.

O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, que falava em Oeiras, considerou que as acusações do secretário-geral do PS mostram “manipulação de números e falta de honestidade intelectual”. “Em 2010 a emigração permanente andava à volta de 23 mil, em 2011 para 43 mil e em 2014 estava em 49 mil. Portanto, é bem comprovável que o número que o doutor António Costa procurou fazer, acusando o primeiro-ministro de faltar à verdade, na realidade o que demonstra é falta de honestidade intelectual e política do doutor António Costa”, reiterou.

Para Poiares Maduro, os números reais comprovam que “o verdadeiro convite para a emigração foi a situação de bancarrota em que o Partido Socialista deixou o país”. “Era importante que o doutor António Costa desmentisse, ou não, isto que acabo de dizer, porque na verdade estes números são facilmente comprováveis e demonstra quem é contribui ou não para a credibilidade na política”, concluiu.

Referindo-se ao debate quinzenal na Assembleia da República, António Costa afirmou que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “disse que Portugal viu aumentar menos a emigração, quando comparado com países como a Irlanda e a Espanha”.

“Ainda que assim fosse, que de fato tivéssemos tido um crescimento da emigração inferior à Irlanda e à Espanha, do que é que se poderia orgulhar o primeiro-ministro? De nada”, disse Costa, que falava Convenção Socialista de Évora.

Para Costa, “o mais grave é que aquilo que o primeiro-ministro disse, mais uma vez, não corresponde à verdade”, porque, “infelizmente, a emigração em Portugal subiu muitíssimo mais do que em Espanha e do que a da Irlanda”. O aumento da emigração no país foi “cinco vezes mais do que aconteceu em Espanha”, criticou António Costa, insistindo que Portugal “cresceu muito mais do que a Espanha, muito mais do que a Irlanda, muito mais do que todos os outros” países e “nada disto acontecia desde os anos 60″ em Portugal”.

Sem nunca aludir à sondagem divulgada na sexta-feira, que coloca os socialistas atrás da coligação PSD/CDS-PP, Costa afirmou, contudo, ser “muito evidente que a esmagadora maioria da sociedade portuguesa não está satisfeita com a atuação do Governo”, mas “olha” para o PS “com ansiedade, à espera” de que os socialistas deem “a confiança necessária para apostarem e votarem na alternativa”.

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