Medidas de austeridade em Portugal elogiadas pelo Parlamento Europeu

Presidente do Parlamento Europeu saúda medidas de austeridade mas adverte que são necessárias reformas. Sócrates justifica “escolha política” de proteger Cultura da política geral de austeridade. “A cultura é a melhor embaixadora do nosso país”.

Mundo LusíadaCom Lusa

O primeiro-ministro português José Sócrates afirmou que “fará tudo o necessário” para equilibrar as finanças do Estado português. O objetivo de Portugal é reduzir seu déficit pela metade, até 4,6% entre 2010 e 2011.

O presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, defendeu que as medidas de austeridade adotadas pelo Governo português são importantes para a estabilidade financeira mas advertiu para a necessidade de reformas estruturais. Segundo ele, as medidas de austeridade são muito importantes “para a estabilidade financeira de toda a zona euro”, declarou.

Jerzy Buzek afirmou que é “um sinal positivo” para a União Europeia que “a oposição em Portugal mostre responsabilidade e apoio às medidas de austeridade”. Numa breve declaração à imprensa após reunir-se com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, o presidente do Parlamento Europeu reforçou que “sem reformas estruturais a longo prazo será impossível sair da crise”.

“Temos que criar novos empregos. Sem reformas estruturais não é possível criar novos empregos. Discutimos isso com o líder da oposição e ele concordou inteiramente que são muito importantes”, disse. Jerzy Buzek transmitiu uma “mensagem de solidariedade e confiança” aos portugueses, afirmando ter tido conhecimento de que o país está a adotar uma “atitude responsável”.

 

Na Cultura 

Em 15 de fevereiro, o primeiro-ministro justificou a “escolha política” de atribuir à Cultura uma maior porcentagem da receita dos jogos sociais com a necessidade de proteger o setor da “política geral de austeridade” a que o Estado está obrigado.

“Essa decisão deveu-se à ideia que é necessário proteger o setor da cultura de uma política geral de austeridade”, afirmou o primeiro-ministro, José Sócrates, numa intervenção no final da cerimônia de apresentação do fundo de apoio à internacionalização e exportação da cultura portuguesa e da criação da Rede Portuguesa de Teatros Municipais.

Segundo ele, a iniciativa é como “um sinal que distingue a Cultura enquanto uma política pública absolutamente necessária para a modernização e para o desenvolvimento”.

O primeiro-ministro deixou ainda elogios à ministra da Cultura pelas apostas que fez de reforçar o orçamento da direção-geral de Artes e criar os programas de internacionalização da música portuguesa e de criação de uma rede de teatros municipais. “A cultura é a melhor embaixadora do nosso país”, sustentou.

 

No Turismo 

Já na área do turismo, as medidas de austeridade aprovadas pelo Governo deverão baixar a procura dos turistas nacionais pelo Algarve e acentuar a quebra na ocupação hoteleira e volume de negócios para 2011, estimou a principal associação de Hotéis do Algarve (AHETA).

Em 2010, o aumento da procura dos mercados interno e espanhol pelo Algarve contribuiu para esbater os efeitos negativos da “grande redução da procura por parte dos principais mercados externos”, contudo, o presidente da AHETA prevê que em 2011, devido às medidas de austeridade aprovadas pelo Governo de Sócrates, esse esbatimento não se vai voltar a repetir.

“As medidas de austeridade, entretanto aprovadas, resultantes dos constrangimentos orçamentais, fazem prever que esta situação [esbatimento de efeitos negativos] não se verificará em 2011, sendo mesmo previsíveis novas descidas nas taxas de ocupação e no volume de negócios das empresas em 2011, uma vez que os mercados externos não apresentam sinais de recuperação”, estimou Elidérico Viegas, numa conferência de imprensa sobre o “Balanço do Ano Turístico de 2010 e as Perspectivas para 2011”.

 

 

 

 

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