Mandetta é demitido e Bolsonaro anuncia novo ministro da Saúde

Da Redação
Com agencias

Em sua conta oficial no Twitter, Luiz Henrique Mandetta anunciou na tarde desta quinta-feira sua demissão pelo presidente Jair Bolsonaro do cargo de ministro da Saúde. Mandetta agradeceu pelo tempo à frente da pasta. “Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar.”

Depois, participou da última coletiva de imprensa ao lados dos seus secretários, e agradeceu os gestores que compunham a direção do ministério. “Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”.

Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro já vinham divergindo sobre os caminhos para o combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19). O ministro se alinhava às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela adoção de um isolamento social mais forte, enquanto o presidente vinha defendendo a abertura do comércio como forma de evitar impactos na economia.

Médico, Mandetta foi secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul e deputado federal pelo DEM. Ocupava o cargo de ministro da Saúde desde o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019. As notícias sobre a possibilidade de ele deixar a pasta já vinham há duas semanas.

Segundo Mandetta, a última reunião de trabalho com Bolsonaro foi amistoso, e o presidente voltou a manifestar preocupação com os efeitos da epidemia sobre a economia.

“Trabalhem para o próximo ministro tal qual vocês trabalharam para mim. Ajudem, não meçam esforços. Se trabalhavam para mim numa zona de conforto, pela equipe já estar organizada, desdobrem-se para que eles tenham o melhor ambiente para trabalhar” pediu Mandetta na coletiva.

Novo ministro

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, foi apresentado nesta tarde ao lado do presidente Bolsonaro, e declarou que não haverá uma “definição brusca” em relação às orientações sobre o isolamento social, um dos principais embates entre a equipe da Saúde e o presidente Bolsonaro, que defende a reabertura do comércio.

“O que é fundamental é que a gente consiga enxergar aquela informação que a gente tem até ontem, decidir qual a melhor ação do momento e seguir qual a melhor forma de isolamento e distanciamento. Que isso seja cada vez mais baseado em informação sólida”, disse o novo ministro, que defendeu que a saúde e a economia são complementares e não devem competir.

“Em nenhum momento, eu fui consultado sobre medidas adotadas por grande parte dos governadores e prefeitos. Eles sabiam o que estavam fazendo. O preço vai ser alto. Tinham que fazer alguma coisa, mas se exageraram, não podem essa conta no governo federal. Excesso não vai curar o problema, vai agravar”, declarou Bolsonaro sem citar nomes de governadores.

Casos de Covid

Subiu para 30.425 o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil. Nas últimas 24 horas, as secretarias estaduais de saúde notificaram ao Ministério da Saúde 2.105 novos casos. O número de mortes também subiu, agora são 1.924 óbitos por COVID-19.

A maior parte das notificações do Brasil está em São Paulo, que concentra 11.568 casos confirmados e 853 mortes. O segundo estado com mais casos é o Rio de Janeiro, que tem 3.944 confirmações e 300 óbitos. Todos os estados brasileiros já registram casos e mortes por coronavírus. Atualmente, a taxa de letalidade da doença é de 6,3%.

Atualmente, os estados do Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Roraima estão em estado de emergência, ou seja, precisam de redobrar os cuidados em relação à prevenção do coronavírus por estarem 50% acima da incidência nacional de casos de coronavírus.

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