Madeira responsabiliza República por greve e incumprimento de promessas

Da Redação
Com Lusa

O presidente do Governo da Madeira afirmou que a greve de dois dias dos enfermeiros, que termina nesta sexta-feira, resulta da falta de cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo da ‘geringonça’ com estes profissionais.

“Esta greve dos enfermeiros não tem praticamente nada a ver conosco [executivo madeirense], porque quem prometeu mundos e fundos aos enfermeiros não fomos nós, foi o Governo da ‘geringonça'”, disse Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da cerimônia de entrega de três ambulâncias para transporte de doentes não urgentes nos concelhos de Machico, Ribeira Brava, Calheta e Santana.

A adesão à greve dos enfermeiros na Madeira, registrou, no turno da noite, uma média de 90%, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira (SEM), Juan Carvalho. Na quinta-feira, e de acordo com o mesmo sindicalista, a adesão foi de 70 a 75% dos enfermeiros.

Miguel Albuquerque salientou que o seu Governo está “a cumprir integralmente” os compromissos na área da Saúde, enunciando que, ao contrário do que acontece a nível nacional, já implementou os 25 dias de férias, as 35 horas de trabalho semanais e a integração de preçários também no setor da Saúde.

Na opinião do governante insular, o Governo socialista chefiado por António Costa “prometeu, prometeu e não está a cumprir”, considerando que o atual executivo nacional fez “o investimento mais baixo no Serviço Nacional de Saúde nos últimos 15 anos”.

O Governo “andou a propalar o apoio aos coitadinhos e [a dizer] que iam resolver tudo na saúde e o que está a haver são expectativas frustradas nas classes ligadas à saúde naquilo que foram as promessas do Governo da ‘geringonça'”, argumentou.

O responsável apontou que na sequência dos compromissos assumidos com o Sindicato da Madeira foram reintegrados 425 enfermeiros “que estavam numa situação de discriminação”, e assegurou que este processo vai continuar.

No que diz respeito a trabalhadores precários, referiu na Madeira existem 170 pessoas na função pública, estando a sua integração em fase de “concretização”.

“Vamos continuar a fazer a integração de enfermeiros em função das necessidades dos serviços”, disse, alertando que o Serviço Regional de Saúde precisa de mais assistentes operacionais, pelo que o objetivo é “também de fazer uma concentração de recursos na contratação” destes profissionais que “são fundamentais também para Serviço Regional de Saúde”.

Sobre as ambulâncias entregues, realçou que se são viaturas adaptadas e se destinam ao transporte de doentes não urgentes, representando um investimento de 170 mil euros.

Os sindicatos dos enfermeiros deram início a dois dias de greve nacional para pressionar o Governo a apresentar uma contraproposta ao diploma da carreira de enfermagem.

Convocada por todos os sindicatos de enfermeiros (SEP, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e o SERAM), a greve termina às 24:00.

Na quinta-feira, o balanço nacional feito pelos sindicatos apontava para uma adesão de 75% a 80%.

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