Líderes afirmam que Cimeira de Lisboa foi histórica

Mundo LusíadaCom Lusa

 

INACIO ROSA/LUSA

>> Herman van Rampuy, presidente do Conselho Europeu, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, e o primeiro-ministro de Portugal, Jose Sócrates, em Lisboa, Portugal.

A NATO (ou OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte) aprovou, em Lisboa dia 20 de novembro, o processo de transição no Afeganistão e iniciou uma nova relação com Moscou, numa cimeira que, segundo José Sócrates, marca a passagem da organização para uma era de cooperação. Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da NATO, e o Presidente afegão, Hamid Karzai, assinaram em Lisboa um acordo que formaliza o processo de transição no Afeganistão, entre 2011 e 2014, que culminará com a entrega total da responsabilidade pela segurança do país aos próprios afegãos. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que o processo deve desenrolar-se com base “em realidades e não em calendários”, defendendo que “não há atalhos para a paz”. Quanto à cooperação entre a Aliança e a Rússia, Rasmussen disse que se estenderá ao nível da defesa antimíssil e considerou que Lisboa “foi um verdadeiro ponto de viragem”, onde as duas partes ajudaram a “enterrar os fantasmas do passado”, numa alusão à Guerra Fria. O presidente norte-americano, Barack Obama, salientou que a NATO sai reforçada de Lisboa e com capacidade para enfrentar os desafios de segurança no século XXI: “Viemos a Lisboa com uma tarefa chave, que era revitalizar a nossa Aliança para estar ao nível dos desafios dos nossos tempos. Foi isso que fizemos”. Os líderes da NATO também aprovaram um plano de redução dos efetivos da estrutura da organização e adiaram a decisão sobre o “mapa geográfico” dos quartéis até junho de 2011. A esse propósito, José Sócrates manifestou “total confiança de que Portugal manterá um comando da NATO”. A cimeira decorreu sob fortes medidas de segurança e sem violência nas ruas, ao contrário do ocorrido noutras cidades em anos anteriores, apesar de dezenas de milhares de pessoas terem manifestado em Lisboa para protestar contra a NATO. Acontecimento histórico O primeiro ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, resumiu os dois dias de trabalho: “Assistir a esta cimeira, ouvir os EUA, a Rússia, a Alemanha, a Polônia a trabalhar na mesma direção, a cooperar nos grande assuntos da segurança coletiva internacional, representa um acontecimento histórico”. Zapatero ainda citou "uma notícia extraordinária” pelo acordo com a Rússia, a decisão sobre a transição do Afeganistão, o novo conceito estratégico e o acordo antimísseis. “Foi uma cimeira transcendente porque nela se adotaram decisões e se abriram novas etapas para a segurança coletiva dos países membros da NATO, para a segurança coletiva da Europa em geral e do mundo”, disse. Também o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, manifestou a sua “satisfação e comoção” com os acordos obtidos em Lisboa. Berlusconi disse que estava aberta a possibilidade de cooperação com Moscou após a resolução dos obstáculos colocados pela Turquia, e “incluindo na cooperação global do sistema antimíssil”. Berlusconi destacou ainda a contribuição italiana, e frisou que após os Estados Unidos e o Reino Unido, a Itália é o terceiro país com maior presença no Afeganistão, com 4.230 militares. O primeiro-ministro português afirmou que conta estar presente na próxima cimeira da NATO, em 2012, nos Estados Unidos, porque a legislatura só termina em 2013, e elogiou o trabalho do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado. “Esta cimeira da NATO foi um sucesso, um sucesso diplomático, um sucesso para a NATO e um sucesso também para o nosso país”, afirmou Sócrates. “Agradeço muito a simpatia das palavras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a organização desta cimeira em Lisboa”, respondeu. Obama destaca seu cão português Em sua visita a Portugal, o presidente dos Estados Unidos destacou as “raízes portuguesas” do seu cão, um exemplar da raça cão de água português, durante o encontro com o primeiro-ministro, José Sócrates, em Lisboa. Obama aludiu ao “grande interesse” despertado pela relação da sua família com Portugal, devido ao cão de água português que foi oferecido às suas filhas, de nome “Bo”. “O nosso cão é o membro mais popular da Casa Branca”, brincou. Foi depois que o presidente norte-americano manifestou a intenção de ter um cão de água português, o Turismo do Algarve disponibilizou-se para entregar em mão um cachorro, mas o animal acabou por ser oferecido à família Obama pelo senador Ted Kennedy, entretanto falecido, que era um entusiasta desta raça. O cão de água é considerado pelos peritos um ótimo cão de guarda, lutador, bom companheiro, dócil e cuidadoso com as crianças. É na região do Algarve que se encontra o maior número de exemplares de cães de água de Portugal. Açoriano na Casa Branca O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, foi convidado pelo presidente dos EUA a visitar a Casa Branca, numa próxima deslocação aos EUA. O convite foi feito durante um encontro informal em Lisboa, que se seguiu a uma reunião entre delegações de Portugal e dos EUA. Neste encontro informal, Barack Obama e Carlos César abordaram a importância estratégica das Base das Lajes, na Ilha Terceira, onde está instalado desde 1943 um destacamento militar norte-americano. O presidente norte-americano referiu também a numerosa comunidade açoriana que reside nos EUA. Na equipe que fez deslocar a Lisboa, Barack Obama conta com dois elementos de ascendência açoriana, David Simas (assessor político) e Pete Sousa (fotógrafo oficial), ambos presentes neste encontro.

 

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