Irlanda aprova Tratado de Lisboa e UE respira aliviada

"Obrigado Irlanda", afirmou o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, ao manifestar o alívio com a vitória do Sim.

Da RedaçãoCom Portugal Digital

 

Os irlandeses aprovaram o Tratado Europeu de Lisboa com 67,13% de votos para o "Sim", contra 32,87% para o "Não", anunciou a comissão eleitoral ao fim da apuração dos votos do segundo referendo realizado pelo país, realizado dia 02 de outubro, que manteve a Europa em suspense. O "Sim" ao Tratado de Lisboa, que modifica a estrutura administrativa do bloco, entre os irlandeses permite à União Européia (UE) respirar aliviada. Três milhões de irlandeses – menos de 1% dos europeus – tinham nas mãos a decisão sobre o futuro do tratado destinado a melhorar o funcionamento da UE e dar ao bloco uma voz maior no mundo.

"Hoje o povo irlandês falou de maneira clara e decisiva, é um grande dia para a Irlanda e é um grande dia para a Europa", celebrou o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, em uma declaração à imprensa antes mesmo da divulgação dos resultados definitivos do referendo. "O povo irlandês apoiou as reformas que permitirão à UE ser mais eficaz e eficiente. Isto é o que é a Europa, alguns Estados que trabalham juntos pelo bem comum".

Cowen também agradeceu aos líderes europeus pela resposta positiva aos pedidos de modificação no tratado para que levasse em consideração as preocupações dos irlandeses manifestadas na primeira consulta, ano passado: o sistema fiscal, a neutralidade militar e a proibição do aborto.

Uma primeira consulta sobre o mesmo texto realizada há pouco mais de 15 meses resultou na vitória do "Não", o que paralisou o processo de reforma da UE. Em 12 de junho de 2008, os irlandeses rejeitaram com 53,4% dos votos o tratado, provocando uma paralisação na UE, que agora pode respirar aliviada e levar adiante a aplicação do documento.

Das 43 circunscrições da Irlanda, apenas duas, situadas no noroeste da ilha, rejeitaram o Tratado, e sem muita vantagem. Outras 31 passaram do "Não" de junho de 2008 ao "Sim" este ano. Nos subúrbios populares do sudeste de Dublin, onde o "Não" recebeu quase 65% dos votos em 2008, 59% dos eleitores aprovaram o texto desta vez. A votação mais expressiva a favor do texto foi registrada em Dublin, e em particular no norte, com uma aprovação de 82%.

Antes mesmo do anúncio oficial, o governo destacou uma "vitória convincente", nas palavras do ministro irlandês das Relações Exteriores, Micheal Martin. Até o líder do grupo que defendia o "Não" admitiu a derrota. "Pensamos que se trata de uma vitória muito convincente do lado do "Sim". Os irlandeses estão aterrorizados. É um voto baseado mais no medo que na esperança", declarou o milionário Declan Ganley, idealizador do movimento de rejeição de junho de 2008.

"Obrigado Irlanda", afirmou o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, ao manifestar o alívio com a vitória do Sim.

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