Greve na TAP: Trabalhadores vão participar na tomada de decisões sobre o futuro da companhia

Mundo Lusíada
Com Lusa

Painel mostra todos os voos cancelados. JOSE COELHO / LUSAOs trabalhadores da TAP vão ter uma palavra a dizer nas decisões estratégicas para o futuro da empresa, através da participação num conselho consultivo, informaram aos seus associados nove sindicatos que desconvocaram a greve de quatro dias.

Na nota enviada aos associados, com o assunto “Presente e Futuro”, os sindicatos da TAP, que na quarta-feira desconvocaram o protesto, dizem que conseguiram garantir os direitos dos seus associados, e que o acordo com o Governo foi “um ato de responsabilidade e de salvaguarda do futuro”.

“Desde o início, que todos os sindicatos acordaram/concordaram (…) que havia um cenário em que teríamos que garantir os direitos daqueles que representamos”, lê-se no documento a que a Lusa teve acesso, realçando que “esse deve ser o objetivo primordial de qualquer sindicato responsável”.

As negociações com o Governo permitiram salvaguardar direitos nos acordos de empresa (conteúdo e validade), despedimentos coletivos, subcontratação ou externalização ilimitada das atividades do grupo, seguros e fundos de pensões, proteção das antiguidades, garantia da manutenção da sede e da base operacional (HUB), em território Português e salvaguarda da marca, TAP PORTUGAL, enumeram os sindicatos.

“Em paralelo, ficou definido que até 31 de janeiro de 2015, os sindicatos e o conselho de administração da TAP, com a orientação do Governo, resolverão todas as disputas interpretativas em curso no domínio dos Acordos de Empresa, de todas as empresas do grupo”, acrescentam.

Os sindicatos nacionais dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), do Pessoal do Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o do Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) mantiveram pré-avisos de greve, depois de os restantes nove sindicatos (dos 12 que em conjunto tinham apresentado pré-avisos de greve) terem anunciado, na quarta-feira, a desconvocação da paralisação.

Os três sindicatos afirmaram que acatariam a requisição civil decretada pelo Governo e na sexta-feira, o SINTAP e o SITAVA reforçaram a decisão, apelando aos funcionários da TAP que se apresentem ao serviço durante o período de greve, sendo que o SITAVA aguarda ainda pela decisão do tribunal sobre o pedido de impugnação da requisição civil decretada pelo Governo.

A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação que culminou com a marcação desta greve por uma plataforma que juntou 12 sindicatos, à qual o Governo respondeu com a imposição de uma requisição civil aos trabalhadores da TAP, para minimizar o impacto da paralisação e garantir os serviços mínimos, sobretudo a pensar nas famílias que se encontram no Natal.

Normalidade
A operação da TAP está a decorrer com total normalidade no terceiro de quatro dias de greve contra a privatização da companhia aérea, vivendo-se dias normais nos aeroportos portugueses.

Segundo os dados disponibilizados na página da gestora aeroportuária ANA neste 29 de dezembro, não existem voos cancelados nem sequer atrasos significativos nos voos programados da companhia liderada por Fernando Pinto.

Fonte oficial da TAP confirmou à Lusa que “todos os voos estão a realizar-se de acordo com o planejado, tal como aconteceu no sábado e no domingo”, isto é, nos primeiros dois dias de greve.

Os sindicatos nacionais SINTAC e SNPVAC, e o do SITAVA mantiveram o pré-aviso de greve para os dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro, em protesto contra a privatização do grupo TAP relançada pelo Governo em novembro.

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