Governos de Portugal e Brasil não promovem atos solenes em conjunto com a comunidade, diz CCLB

Mundo Lusíada

 

Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP, Antonio de Almeida e Silva. Foto: Arquivo/Mundo Lusíada

Em entrevista ao Mundo Lusíada, durante as comemorações do Dia da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, Antonio de Almeida e Silva chamou atenção para uma questão envolvendo os governos de Brasil e Portugal. De acordo com o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, os atos solenes deveriam ser promovidos pelos órgãos públicos (oficiais) em ambos países, mas não acontecem.

Por isso, o Conselho faz questão de divulgar, em todos os anos, o relatório das atividades promovidasem São Paulo.“Na semana que vem, estaremos encaminhando um dossiê com o material produzido na imprensa, com os nossos discursos. Isso vai para Secretaria de Estado das Comunidades todo o ano, porque eles precisam saber do que se passa aqui”.

Segundo Almeida e Silva, a lei brasileira 5.270, para a qual existe uma equivalente em Portugal, determina que os dois países devam promover as solenidades através das suas Embaixadas. “O que não acontece, Brasil não faz e Portugal não faz. Quem festeja mesmo são algumas comunidades, São Paulo, Rio de Janeiro,em Santo André, mas os governos ao meu ver não cumprem essa lei”, diz ele citando que a própria Embaixada de Portugal em Brasília não realizou nenhuma iniciativa para marcar a data. “As festividades têm ficado mesmo a cargo das comunidades”.

O vereador Toninho Paiva também disse que é um assunto a se preocupar. “Povoa de Varzim é cidade irmã de São Paulo. Temos que ir em outras comunidades que tem tradição, o Arouca, Gebelinense, Açores, Minho, Poveiros. São pessoas que se preocupam em trazer os seus costumes e seus hábitos para cá e dão continuidade pelas suas gerações. E temos que continuar preservando e divulgando o descobrimento do Brasil”.


Renovação

Pensando em inovar e difundir cada vez mais as atividades luso-brasileirasem São Paulo, o Conselho da Comunidade promete mudanças para o ano que vem. Sem citar programações específicas, Almeida e Silva quer fazer diferente em 2013, principalmente durante o ano cívico promovido no monumento Pedro Álvares Cabral, no Parque Ibirapueraem São Paulo.

“A sessão solene é protocolar, não comporta muita diversificação, temos que cumprir o ritual que segue o ritual da Câmara. Onde gostaríamos de inventar mais é no Parque Ibirapuera, temos procurado fazer o melhor” diz.

Segundo Almeida e Silva, para este ano seria pretensão organizar estes eventos antes da eleição. Mas para o ano que vem, o Conselho pretende mudar levando não só pessoas da comunidade portuguesa ao Ibirapuera, como figuras distintas, envolvendo a sociedade brasileira. “O 22 de Abril é, para a comunidade local, mais ou tão importante quanto o 10 de Junho”

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