Governo português quer desempregados do turismo no setor social

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, durante a cerimônia de assinatura de declaração de compromisso de parceria para Reforço Excecional dos Serviços Sociais e de Saúde e lançamento do programa PARES 3.0, no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, 19 de agosto de 2020. ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

O primeiro-ministro português, António Costa, defendeu nesta quarta-feira que os desempregados do turismo, uma das áreas mais atingidas pela crise gerada pela pandemia de covid-19, podem ser transferidos, com a formação necessária, como trabalhadores do setor social.

António Costa deixou esta proposta no final da intervenção da cerimônia de assinatura de declaração de compromisso de parceria para Reforço Excecional dos Serviços Sociais e de Saúde e lançamento do programa PARES 3.0, que decorreu esta tarde no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e que contou ainda com a presença da ministra Ana Mendes Godinho.

“Uma palavra final sobre o emprego. Como todos sabemos um dos setores mais atingidos por esta crise econômica e que mais duramente vai ser atingido por esta crise econômica é, por exemplo, o setor do turismo”, referiu o chefe do executivo socialista.

De acordo com o primeiro-ministro, “muitos dos milhares de pessoas que neste momento estão a perder o emprego no setor do turismo são pessoas que já têm uma formação de base, que já têm uma experiência de cuidado pessoal, de relacionamento pessoal”.

“São um recurso fundamental para, com formação naturalmente, poderem ser facilmente reconvertidas para continuar a trabalhar com pessoas agora nas instituições em que estão associadas nas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], nas mutualidades, nas misericórdias ou nas cooperativas”, propôs.

Na perspectiva de António Costa, o momento em que se celebram estes dois acordos é essencial.

“O país sabe que a covid, para além de um enorme drama do ponto de vista sanitário, dos milhares de vidas que já ceifou, da preocupação generalizada que criou na sociedade portuguesa, tem um custo econômico e social absolutamente brutal”, avisou.

Segundo o primeiro-ministro, “em poucos meses foram destruídos mais de 100 mil postos de trabalho”.

“Em poucos meses chegamos a ter 800 mil famílias a depender da situação do ‘lay-off’ e só manter o emprego porque o emprego estava a ser apoiado por via do Estado e por elas próprias como uma perda de um terço do seu rendimento”, enumerou.

Depois da fase de emergência, lembrou Costa, o Governo criou o Programa de Estabilização Econômica e Social, estes dois programas cujas parcerias foram assinadas neste dia 19.

“Porque nós temos de utilizar com inteligência o pouco dinheiro que temos ao nosso dispor e com cada euro temos de conseguir satisfazer pelos menos três objetivos: combater a recessão econômica e reanimar a economia, criar postos de trabalho, reanimar a economia e criar postos de trabalho que sejam socialmente úteis para a sociedade”, defendeu.

Trabalhadores em Lares

O programa de reforço de recursos humanos em lares vai contratar mais 15 mil trabalhadores até ao final do ano, anunciou o Governo, no lançamento do programa PARES, um investimento de 110 milhões de euros em equipamentos sociais.

A ministra Ana Mendes Godinho, ao lado do primeiro-ministro, acordou hoje com os representantes do setor social o reforço do programa de apoio de emergência aos equipamentos sociais, coordenado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), e que já colocou 6.200 desempregados, trabalhadores em ‘lay-off’ e outras pessoas elegíveis a desempenhar trabalho social em mais de mil instituições.

Segundo Ana Mendes Godinho, o objetivo do Governo passa por “ir mais longe” pelo que vai ser alargado o número de pessoas abrangidas pelo programa, “para reforço das instituições de modo a poderem preventivamente ter mais pessoas já a trabalhar”, tendo por objetivo “colocar até ao final do ano 15 mil pessoas em instituições do setor social de modo a responder às situações da pandemia e incluindo também a vertente da formação”.

Mas defendeu que “esta resposta de emergência não esgota” o “horizonte de atuação” do Governo.

“Por isso, assumimos no Programa de Estabilização Econômica e Social (PEES) a prioridade do investimento nos equipamentos sociais e hoje damos aqui um passo fundamental lançando o programa PARES 3.0, com 110 milhões de euros para alargamento da rede de equipamentos, requalificação e melhoria da nossa capacidade coletiva de resposta social, dando prioridade a respostas sociais de apoio a idosos, creches e apoio à deficiência” defendeu.

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