França propõe a criação da ‘União Mediterrânica’

O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, declarou-se “muito favorável” à proposta, no último 31 de maio. Nesta quinta, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, também considerou “muito oportuna” e “inadiável” a proposta do novo presidente francês.

O chefe de Estado francês considera que o chamado Processo de Barcelona – integrando os 27 membros da União Européia e 10 dos 11 países do sul do Mediterrâneo e do Médio Oriente, dado que a Líbia participa apenas como observador – fracassou devido à sua ligação a Bruxelas, defendendo que a nova organização deveria funcionar à margem da UE, segundo informações do El Pais. Luís Amado lembrou que Portugal tem colocado a questão da cooperação com os países da margem sul do Mediterrâneo no topo da agenda da União Européia. “Entendemos que é absolutamente indispensável para a paz nesta região um novo relacionamento estratégico entre a União Européia e toda a Bacia do Mediterrâneo”, sublinhou.

O MNE português disse esperar que a proposta de Sarkozy “e outras iniciativas” possam ser já debatidas no Fórum do Mediterrâneo, que começou em 01 de junho em Creta (Grécia).

Luís Amado admitiu que o relacionamento estratégico com a União Européia de toda a vasta Bacia do Mediterrâneo, da Mauritânia à Jordânia, “necessita de uma nova perspectiva” diz. Por isso, a iniciativa francesa “abre uma discussão inadiável, e nesse sentido não só a aceitamos como ponto de partida para uma discussão importante, como reconhecemos o seu mérito”, concluiu Luís Amado.

Considerando essencial o diálogo entre a Europa e o Mediterrâneo, Sarkozy defende que a nova organização poderia organizar-se através de encontros regulares dos seus chefes de Estado e de governo, como nos encontros do G8 (sete países mais ricos e a Rússia), e teria “um Conselho do Mediterrâneo como os europeus têm o Conselho da Europa”. A política migratória e a luta contra a corrupção, o terrorismo e o crime organizado seriam prioridades da nova organização, que teria ainda como objetivo o desenvolvimento partilhado, através, por exemplo, da criação de um banco mediterrânico de investimento.

Portugal, França e Espanha fazem parte do Diálogo 5+5, que integra cinco países do norte da bacia do Mediterrâneo Ocidental e cinco do sul, e do Fórum Mediterrâneo, composto por 11 países da região, além do Processo de Barcelona.

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