Forças Especiais do Exército e da Marinha realizam exercício em Lamego

Ígor Lopes

O Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), em Lamego, antigo CIOE, está a ser palco, desde o dia 23 de maio, de um Exercício de Operações Especiais. Denominado Exercício “Viriato 07”, esta operação tem como finalidade aperfeiçoar a prontidão e eficácia de um Grupo Tarefa (TG) das Forças de Operações Especiais (FOE) no planeamento e conduta de missões de Reconhecimento Especial, Ação Direta e Assistência Militar.

Esta ação, que termina no próximo dia 1 de Junho, decorre no âmbito de uma Operação de Resposta a Crise (CRO) inserida na luta contra o terrorismo, e tem como objetivo exercitar o emprego de procedimentos de planeamento operacional em vigor na NATO e promover o intercâmbio entre FOE nacionais e estrangeiras. Participam neste exercício as Forças de Operações Especiais do Exército Português, o Destacamento de Acções Especiais da Marinha de Guerra Portuguesa, Forças de Operações Especiais do Exército Espanhol e meios aéreos da Força Aérea Portuguesa. O treinamento envolve as regiões de Lamego, Tarouca, Vila Nova de Paiva, tendo como limite o rio Douro.

A ação desenrola-se em Tristão, uma ilha fictícia que fica situada a dois mil quilômetros de distância de Portugal. No local, vive-se um cenário de crise, numa zona de conflitos étnicos, onde as Forças recebem uma missão e devem desempenhá-la com o apoio de meios aéreos e terrestres. Durante as missões, as equipes enfrentam várias situações de perigo, como as ameaças do inimigo. No terreno, numa primeira fase, as Forças Especiais de outros países realizam o chamado “Cross Training”, que permite o conhecimento mútuo do local e das informações existentes. Depois, desenvolvem as missões primárias de operações especiais, como o Reconhecimento Especial e as missões de Ação Direta. Mais tarde, levam a cabo a ação primária de Assistência Militar.

Neste exercício, há intercâmbio com tropas de outros países pertencentes a Nato, como por exemplo a Espanha, que tem no terreno 21 homens das Forças de Operações Especiais. Todos os passos desta ação são acompanhados por nove observadores de países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Estónia e Lituânia.

“Este treino das Forças de Operações Especiais é essencial, na medida em que se consegue rever todo o tipo de procedimento, com os vários meios que são necessários para atuar nessas operações especiais. São sempre operações conjuntas. E, para isso, implica muita coordenação e conhecimento mútuo”, afirma António Martins Pereira, coronel responsável pela unidade do CTOE de Lamego. Para este responsável, os resultados estão a ser positivos. António Pereira garante ainda que, no cenário mundial atual, essas operações poderiam ter sido postas em prática em países como o Afeganistão.

Em Tristão, a operação parece ter sido um sucesso, basta saber se num cenário real, as missões serão desempenhadas como nesta batalha imaginativa, que visa atestar a eficiência das Forças de Operações Especiais.

Note-se que o Centro de Tropas de Operações Especiais de Lamego forma militares na área das Operações Não Convencionais e apronta as Forças de Operações Especiais.

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