Fernando Henrique admite que Moro pode ajudar a combater corrupção, PT critica

Ministro do Supremo diz que é a “escolha que a sociedade brasileira faria se fosse consultada”.

Mundo Lusíada
Com Lusa

O ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso admitiu que a nomeação do juiz Sérgio Moro para ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro pode ser positiva para o combate à corrupção.

“Moro na Justiça: Homem sério. Preferia vê-lo STF [Supremo Tribunal Federal], talvez uma etapa (…) Torço pelo melhor, temo que não, sem negativismos nem adesismos. A corrupção arruína a política e o país. Se Moro a combater, ajudará o país”, escreveu o antigo chefe de Estado na rede social Twitter.

Sergio Moro ficou amplamente conhecido no Brasil por julgar os casos da operação Lava Jato, uma investigação policial que desvendou dezenas de esquemas de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e em outros órgãos públicos do país.

Também o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, citou a escolha como “excelente” e a “escolha que a sociedade brasileira faria se fosse consultada”.

“Excelente nome. Imprimirá no Ministério da Justiça a sua marca indelével no combate à corrupção e na manutenção da higidez das nossas instituições democráticas, prestigiando a independência da PF [Polícia Federal], MP [Ministério Público] e Judiciário. A sua escolha foi a que a sociedade brasileira o faria se consultada. É um juiz símbolo da probidade e da competência. Escolha por genuína meritocracia”, declarou Fux.

PT critica

O Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil classificou de “fraude do século” a nomeação de Sergio Moro, lembrando que o juiz condenou o antigo Presidente Lula da Silva.

“A fraude do século! O juiz Sergio Moro será ministro da Justiça do Governo de Jair Bolsonaro, que apenas conseguiu eleger-se porque Lula foi injustamente condenado e impedido de participar nas eleições”, escreveu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na rede social Twitter. “Ajudou a eleger, vai ajudar a governar”, resumiu Hoffman.

O candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, derrotado no segundo turno das eleições, também utilizou as redes sociais para dizer que a nomeação de Moro “apenas será compreendida pelos meios e fóruns internacionais”, porque o “conceito de democracia já escapa à elite” brasileira.

O próximo ministro da Justiça do país é responsável por sentenças de condenação de grandes empresários, políticos e ex-funcionários da Petrobras e também do ex-Presidente Lula da Silva.

Luiz Inácio Lula da Silva acusou sempre Moro de praticar ‘lawfer’ (termo que significa abuso e mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política) alegando também que foi condenado sem provas num processo sobre um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, no litoral do estado de São Paulo.

Na última quarta-feira, os advogados de defesa de Lula da Silva apresentaram alegações finais de num processo que também estava para ser julgado por Sérgio Moro.

O ex-Presidente brasileiro seria interrogado no dia 14 de novembro pelo juiz numa ação que investiga a compra, alegadamente com dinheiro de suborno, de uma propriedade na cidade brasileira de Atibaia.

Ao aceitar o cargo de ministro da Justiça, que ocupará a partir de janeiro de 2019, Sérgio Moro anunciou que não participará mais em audiências de casos relacionados com a Operação Lava Jato para evitar “controvérsias desnecessárias”, indicando que não irá julgar este processo de Lula da Silva.

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