Europa prevê crescimento de 10% em energias renováveis

 

Da Redação Portugal Digital

European Community 2007

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, afirmou na sexta-feira, 10 de agosto, em palestra no Rio de Janeiro, que os biocombustíveis têm um papel a cumprir na meta de pelo menos 10% de participação de combustíveis não-fósseis no mercado europeu de energia até 2020.

Apostando numa “nova revolução industrial energética”, ele acredita que, com o uso de combustíveis alternativos, será possível reduzir em até 20% os efeitos de gases poluentes no meio ambiente. Segundo o presidente da Comissão, o continente terá de importar o produto de países como o Brasil. “As questões energéticas ocupam um lugar de destaque na agenda européia. A eficiência energética, somada às tecnologias de baixa emissão de carbono, são componentes fundamentais da nova política de energia para a Europa”, afirmou Barroso durante seminário na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Durão ressaltou entretanto a “relação estreita de fontes renováveis e limpas de energia e a preservação ambiental”. “Temos que assegurar que a produção de biocombustíveis não se faz em detrimento da preservação ambiental, ou do respeito pelos direitos dos trabalhadores”, disse.

Participação brasileira Segundo ele, o debate sobre o papel dos biocombustíveis foi reforçado depois da realização da Conferência Internacional, em Bruxelas em julho, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Temos muito a aprender e a ganhar com a experiência de mais de 30 anos acumulada pelo Brasil no desenvolvimento dos biocombustíveis”, afirmou.

Ao comentar as questões climáticas, Barroso afirmou que um dos pontos centrais a da agenda política européia é alcançar um acordo global abrangente, capaz de assegurar que as mudanças climáticas se mantenham num nível aceitável. “Nosso objetivo é limitar o nível de aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais.”

No discurso, destacou a importância da participação do Brasil nesta discussão. “Dono de uma economia emergente e em franca ascensão, o Brasil é um parceiro-chave também nesse terreno. É verdade que os setores brasileiros de energia e transportes contribuem de forma pouco destacada para as emissões globais dos gases de efeito estufa. Apesar disso o desmatamento na Amazônia colocou o Brasil entre os 10 maiores emissores de gases de efeito estufa em todo o mundo”, ressaltou.

Acordo bilateral A parceria estratégica entre União Européia e Brasil pode contribuir para a rápida conclusão das negociações em curso com o Mercosul, segundo Barroso, referindo-se ao acordo de livre comércio entre os dois blocos que vem sendo negociado desde o governo Fernando Henrique Cardoso. “O fato de estreitarmos os laços que nos unem ao Brasil, que é o país mais importante do bloco, contribuirá para nos aproximarmos ainda mais do Mercosul como um todo”, afirmou.

Outro fator para acelerar as negociações entre os dois blocos é que se espera para este ano ainda uma definição da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os temas principais do acordo entre Mercosul e UE, como agricultura e indústria, dependem do que for decidido na OMC. “No contexto da Rodada Doha, o momento da verdade aproxima-se como referi há pouco, e em breve teremos em ambos os lados uma idéia mais clara das concessões que podemos fazer nas negociações birregionais.”

União Européia Na palestra, Durão destacou a importância da Comunidade Européia no cenário global. “Com quase 500 milhões de habitantes, a população da União Européia é a terceira maior no mundo, após a China e a Índia. Pelas suas dimensões e pelo seu impacto comercial, econômico e financeiro, a União Européia é uma importante potência global, sendo responsável pelo maior volume de comércio global e pela geração de um quarto de toda a riqueza mundial.”

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