Europa mobiliza 3 ME em ajuda de emergência para o Haiti após sismo

Mundo Lusíada com Lusa

A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira a mobilização de três milhões de euros em ajuda humanitária de emergência para o Haiti após o violento sismo do passado sábado, que provocou milhares de mortos e feridos.

O serviço de proteção civil do Haiti reviu em alta o número de vítimas do sismo no país, para 1.419 mortos e seis mil feridos, muitos dos quais tiveram de esperar por ajuda sob um sol abrasador.

“À luz dos efeitos devastadores do enorme terramoto que atingiu o Haiti a 14 de agosto [sábado passado], a UE está a atribuir três milhões de euros em financiamento humanitário para fazer face às necessidades mais urgentes das comunidades afetadas”, divulgou a Comissão Europeia em comunicado de imprensa.

Bruxelas indica que este apoio irá dar resposta às “necessidades mais imediatas, tais como a prestação de assistência médica a hospitais locais sobrecarregados, água, serviços de saneamento e higiene, abrigo e serviços de proteção para as comunidades mais afetadas e desfavorecidas”.

E, para assegurar uma rápida intervenção, as verbas comunitárias serão executadas por “parceiros humanitários já ativos na resposta de emergência e apoiarão e reforçarão a sua capacidade de fornecer rapidamente ajuda humanitária aos haitianos mais vulneráveis”, acrescenta a instituição.

Citado pela nota, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, assinala que “a UE está a mobilizar rapidamente apoio a este país já extremamente frágil, onde furacões e fortes chuvas agravam ainda mais a terrível situação”.

“O terramoto ocorreu numa altura em que a pandemia de covid-19 e a crescente insegurança já representavam uma ameaça para o país”, adianta Janez Lenarčič, garantindo que a UE está “pronta para fornecer mais assistência”.

O serviço de proteção civil do Haiti reviu hoje em alta o número de vítimas do sismo de sábado no país, para 1.419 mortos e seis mil feridos.

O tremor de terra, com epicentro 125 quilômetros a oeste da capital, Port-au-Prince, destruiu cidades e provocou deslizamentos de terras, que dificultaram a prestação de auxílios no país mais pobre do Hemisfério Ocidental.

O Haiti já se confrontava com a pandemia de covid-19, a violência de gangues, a pobreza crescente e a incerteza política subsequente ao assassínio, em 07 de julho, do presidente Jovenel Moïsem quando o abalo enviou os residentes para as ruas.

E a situação pode agravar-se ainda mais com a aproximação da depressão tropical Grace, que deve chegar ao país na noite de segunda-feira, com fortes ventos, chuvas intensas, deslizamentos de terras e inundações repentinas.

Dirigentes do país adiantaram que o sismo, com a magnitude 7,2, destruiu mais de sete mil casas e provocou estragos em cerca de cinco mil, deixando cerca de 30 mil famílias sem abrigo.

O abalo também destruiu ou causou estragos sérios em hospitais, escolas, instalações de empresas e igrejas.

O país de 11 milhões de pessoas recebeu no mês passado o primeiro carregamento de vacinas, doadas pelos Estados Unidos, através de um programa das Nações Unidas destinado aos países de baixos rendimentos, mas a situação nos hospitais continua descontrolada.

Portugueses

Nesta segunda, os seis portugueses registrados no consulado de Portugal no Haiti encontravam-se bem, disse à agência Lusa o cônsul honorário, que destacou a ajuda humanitária que tem chegado ao país, na sequência do sismo.

De acordo com Hildegard Epstein Cassis, os danos do sismo são mais sentidos nas cidades de Petit Troue de Nippes, Les Cayes, Cavallion, Camperin, Les Anglais e Jérémie.

“Algumas estradas foram bloqueadas, mas o governo e as empresas estão a trabalhar em conjunto para as desbloquear. Também muita ajuda foi transportada por helicóptero e avião, como medicamentos, sangue e alimentos”, acrescentou.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas adiantou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “está a acompanhar a situação através da embaixada de Portugal em Havana”.

Segundo a mesma fonte, já foi possível “apurar que todos os cidadãos nacionais que se encontram no Haiti estão bem e não foram afetados pelo sismo”.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu ao Presidente Interino do Haiti a profunda preocupação do povo português com as consequências devastadoras do sismo que assolou o Haiti, expressando solidariedade e condolências às famílias das vítimas e ao povo haitiano, bem como a todos os afetados por esta catástrofe natural”, lê-se numa mensagem divulgada pela Presidência portuguesa.

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