Em São Paulo, Sócrates busca investimento recíproco

Mundo LusíadaCom agencias

 

 

Antonio Cotrim/Lusa Portugal

>> O primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, no momento em que é condecorado por Benjamin Steinbruch, com a Ordem do Mérito Industrial São Paulo, no final de uma reunião de trabalho na FISEP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), 27 de maio 2010 em S. Paulo Brasil.

Na quinta-feira, 27 de maio, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, recebeu o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, na capital paulista.

O premier veio em busca de uma maior aproximação com as empresas brasileiras e volume de investimento recíproco. De acordo com a Fiesp, entre 2006 e 2009, os investimentos diretos portugueses no Brasil somaram US$ 2,3 bilhões, quatro vezes mais do que investido pelo Brasil em Portugal no mesmo período, que representou um total de US$ 575 milhões. Só em 2008, o aporte português na economia brasileira passou de US$ 1 bilhão. As relações econômicas e empresariais entre os dois países estiveram no centro das conversações, sugerindo o reforço dos investimentos de grandes grupos brasileiros em Portugal. Os contatos realizados com líderes empresariais brasileiros durante a recente cimeira luso-brasileira, que reuniu em Lisboa Lula e Sócrates, prosseguiram em São Paulo e no Rio de Janeiro.

No Brasil, nos últimos quatro anos, o capital português esteve presente em seis transações de aquisições. Com destaques para a compra de 100% da brasileira Cia Providência pela portuguesa AIG Capital Partes, no valor de US$ 436 milhões, em 2006, além do anúncio da venda de 100% do capital GPTI para Portugal Telecom, em 2010.

Além de encontro com empresários brasileiros, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa foi condecorado com a Ordem do Mérito Industrial, a maior condecoração da entidade, destinada a personalidades e instituições nacionais e estrangeiras consideradas dignas do reconhecimento e admiração da indústria.

No RioSócrates desembarcou dia 26 em São Paulo para uma visita de 48 horas ao Brasil. Além de encontros empresariais e políticos em São Paulo, o primeiro-ministro participou do III Fórum da Aliança das Civilizações, no Rio de Janeiro. Este é um evento das Nações Unidas, para promover o intercâmbio civilazicional entre os povos, e presidida pelo ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio.

Sócrates participou do fórum fazendo uma intervenção sobre o tema central do evento – “a diversidade cultural como caminho para a paz”. Ele encontrou-se também com o presidente brasileiro Lula da Silva, com o primeiro-ministro espanhol, José Luiz Zapatero, e com o presidente de Cabo Verde, Pedro Pires.

De acordo com as autoridades brasileiras, o 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações reúne pelo menos oito chefes de governo e 50 ministros das Relações Exteriores de vários países, além do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Confirmaram participação no fórum os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, e do Senegal, Abdoulaye Wade, e os primeiros-ministros da Espanha, José Luis Zapatero, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. O primeiro-ministro da Grécia, cuja presença chegou a ser anunciada, não participou do evento.

A ideia de criar a Aliança de Civilizações partiu do primeiro-ministro espanhol, logo após os atentados terroristas que atingiram o metrô de Madri, em 2004. Depois de criada pelas Nações Unidas em 2005, a Aliança já teve dois fóruns, o primeiro em Madri, em 2008, e o segundo em Istambul, na Turquia, no ano passado.

De acordo com o representante das Nações Unidas para a Aliança, o ex-presidente português Jorge Sampaio, a proposta foi trazer o fórum para o Brasil porque o país pode dar um exemplo de diálogo para o mundo. “O Brasil tem uma diversidade cultural e uma experiência de dificuldades e êxitos que podem ser partilhados para os outros. O Brasil é um porta-estandarte da diversidade”, afirmou Sampaio, à Agência Brasil.

Antes de deixar o Rio, Sócrates participou de um encontro com empresários portugueses e luso-brasileiros na cidade, e seguiu para a Venezuela, para se reunir com o presidente Hugo Chávez.

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