Em abstenção recorde, PSD vence eleições para o Parlamento Europeu

Contrariando as sondagens, o principal partido da oposição em Portugal foi o mais votado este domingo, elegendo oito dos 22 eurodeputados portugueses.

Da RedaçãoCom Portugal Digital

O Partido Socialista e o primeiro-ministro José Sócrates foram os grandes derrotados das eleições para o Parlamento Europeu, realizadas até 07 de junho, em Portugal. Com 62,95% de abstenção, o eleitorado português deu a vitória ao Partido Social Democrata (PSD), que obteve 31,68% dos votos e oito eurodeputados. Já o Partido Socialista, que tem hoje uma maioria absoluta no parlamento português, teve 26,58% dos votos e elegeu sete deputados para o Parlamento Europeu.

O Bloco de Esquerda (BE) (10,73%) e a CDU (10,66%) – coligação do Partido Comunista e do Partido Ecologista Os Verdes -, ficaram, respectivamente, no terceiro e quarto lugar. A CDU mantém assim os dois deputados que tinha em Estrasburgo. O Bloco de Esquerda surge como um dos vencedores, já que a sua representação no Parlamento Europeu passará a contar com três elementos, em vez de um, como acontecia desde 2004.

O Partido Popular (CDS/PP), da direita conservadora, ficou com 8,37% dos votos e dois deputados. Foi o quinto partido mais votado, num conjunto de 13 partidos e coligações que disputaram a eleição.

Sócrates considerou os resultados "decepcionantes" e "muito aquém" da expectativa do partido. "Como sempre fiz, quero assumir com frontalidade e como secretário-geral do PS a responsabilidade politica por estes resultados", disse. "Eu quero garantir aos portugueses que estes resultados em nada diminuem a determinação do PS para estar à altura das suas responsabilidades na governação do nosso país", afirmou.

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, comemorou os resultados "com emoção e enorme sentido de responsabilidade". "Esta vitória confirma que os portugueses querem uma alternativa credível de poder" e que o PSD "recuperou o nítido estatuto de verdadeira e única alternativa ao PS", disse.

Segundo a líder dos social-democratas, os resultados reforçam "a falta de legitimidade" do Governo socialista, sobretudo para avançar com investimentos públicos, numa referência a grandes projectos de infra-estruturas, como o TGV (trem de grande velocidade) e o novo aeroporto da região metropolitana de Lisboa.

O deputado socialista, Manuel Alegre, que tem criticado a actuação do governo do PS, partido de que foi um dos fundadores, disse, em declarações à rádio TSF, que o resultado é "um voto de castigo". Manuel Alegre considera, no entanto, que o PS pode inverter a tendência de voto até às eleições legislativas, que se realizarão este ano, mas, para isso, será necessária uma mudança. "É preciso que o PS saiba interpretar essa vontade e saiba, ele próprio, assumir essa mudança", comentou.

Os resultados deste domingo contrariaram as projeções que nas últimas semanas eram dadas pelas empresas de sondagens, as quais colocavam o PS à frente nas intenções de voto. Entre setembro e outubro Portugal irá de novo a votos, para as eleições autárquicas (municipais) e legislativas.

Vitória facilita reeleição de BarrosoA reeleição de Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia (braço executivo do bloco europeu) deverá ser uma tarefa fácil após a vitória dos partidos conservadores nas eleições de domingo para o Parlamento Europeu nos 27 Estados-membros do bloco europeu.

Os partidos de centro-direita já dominam a maior parte dos governos nos 27. Além disso, as formações confirmaram nas eleições para o Parlamento Europeu que se mantém como o maior agrupamento político da instituição.

O Partido Popular Europeu (PPE), através do seu presidente, Joseph Daul pediu nesta segunda-feira que os governos europeus confirmem na próxima semana a reeleição de José Manuel Durão Barroso na presidência do executivo europeu.

"O PPE pede aos chefes de Estado e de Governo que confirmem, na cimeira de [18 e 19] de junho Barroso, o nosso candidato na presidência da Comissão Europeia para os próximos cinco anos", disse Daul à Lusa.

Tudo indica que os chefes dos Estados da UE que se reunirão na capital belga em 18 e 19 de junho, irão assim voltar a indicar Durão Barroso para se manter no lugar de presidente do órgão.

Vários líderes socialistas e/ou sociais-democratas também já manifestaram o seu apoio a Durão Barroso, como é o caso de José Sócrates (Portugal), José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha) ou Gordon Brown (Reino Unido).

O novo Parlamento Europeu, que se reúne pela primeira vez de 13 a 16 de julho, deverá, por outro lado, confirmar o nome que é proposto pelos líderes europeus.

Porém, Durão Barroso já está numa posição de força desde há alguns meses, sendo mesmo o único nome apontado para a presidência, apesar de o próprio ainda não se ter apresentado como candidato.

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