Eleições Presidenciais: Campanha com poucas iniciativas devido à pandemia

Mundo Lusíada Com Lusa

A campanha oficial para as eleições presidenciais começou neste domingo com a maioria dos candidatos a centrar as ações na parte da manhã, antes do recolher domiciliário às 13h00, devido à pandemia de Covid-19.

Este fim de semama está proibida a circulação entre todos os concelhos de Portugal continental (entre as 23h00 horas de 8 de janeiro e as 5h00 de 11 de janeiro) e entrou em vigor o dever de recolhimento domiciliário em 253 concelhos, às 13h00 horas.

Apesar da atividade político partidária não ser abrangida pelas restrições do estado de emergência, algumas candidaturas optaram por adaptar as campanhas, reduzindo contatos de rua ou limitando os horários.

A candidatura de Ana Gomes tinha iniciativas no distrito de Setúbal durante a manhã mas decidiu cancelar face ao “agravamento da situação sanitária” e anunciou que todas as ações no terreno planejadas até ao final da campanha “ficarão dependentes das novas medidas” que deverão ser anunciadas na próxima quarta-feira.

A candidata apoiada pelo BE, Marisa Matias, esteve no Museu da Cerâmica, em Sacavém, Loures, para um encontro com ex-trabalhadoras da fábrica Triumph, da parte da manhã. À tarde, num comício em formato virtual, transmitido nas redes sociais a partir do Cinema S. Jorge, em Lisboa.

A candidatura de João Ferreira, candidato apoiado pelo PCP e “Os Verdes”, também alterou a agenda depois de serem conhecidas as restrições do fim de semana, optando por antecipar no Coliseu do Porto, um comício com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, única iniciativa do dia.

Também da parte da manhã, o candidato Vitorino Silva começou a “volta nacional” às 10:30, com uma ação de campanha junto ao Forte de Peniche, na Prainha de São Pedro onde, disse, apanhou as pedras que mostrou a André Ventura num debate televisivo, para simbolizar a diversidade de pessoas e de cores políticas envolvidas no 25 de Abril de 1974 que permitiram que agora pudesse estar “a debater com quem pensa diferente”.

Ventura, que é também presidente do Chega, iniciou a campanha no distrito de Beja, com uma concentração à tarde junto ao Cineteatro Municipal de Serpa, seguida de um comício, que acabou sofrendo protestos.

O Presidente da República, e candidato, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que não tem ações de campanha previstas até dia 18, por estar em vigilância depois de ter tido um contato com um elemento da sua Casa Civil infectado com o novo coronavírus.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, não teve ações de campanha previstas.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre

Saúde e Pandemia
Os candidatos foram convidados pelo gabinete do primeiro-ministro para participar na reunião com epidemiologistas sobre a evolução da pandemia na terça-feira no Infarmed, e irão participar por videoconferência.

De acordo com fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro, “todos os candidatos poderão participar na reunião” com as autoridades sanitárias e foram convidados.

A mesma fonte recorda que a primeira parte destas reuniões “tem sido aberta” até à fase das perguntas e “pode ser acompanhada através das redes sociais e da comunicação social”.

As várias candidaturas disseram à Lusa que os candidatos foram convidados a participar na reunião através de videoconferência.

Em entrevista à SIC em meados de dezembro, o chefe de Estado sugeriu que os candidatos às eleições presidenciais fossem convidados para assistir também às sessões sobre a evolução da covid-19 em Portugal, que têm decorrido no Infarmed, em Lisboa.

Esta reunião com epidemiologistas vai analisar a evolução da covid-19 e vai ajudar o Governo a decidir as novas medidas de combate à pandemia.

Na quinta-feira, no final da reunião do Conselho de Ministros em que anunciou o provável agravamento das restrições a partir da próxima semana devido à pandemia, o primeiro-ministro admitiu a possibilidade de convocar os candidatos presidenciais para estarem presentes na reunião com epidemiologistas.

Em Portugal, morreram 7.701 pessoas dos 476.187 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O estado de emergência decretado em 09 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.

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