Eleições na Madeira: Jardim acusa Assembléia de falta de isenção



Da Redação
Com Lusa

Alberto João Jardim, presidente do Governo regional da Madeira, durante a inauguração do arranjo urbanístico da Avenida Sá Carneiro e da Praça do Mar, no Funchal, 7 de outubro. Foto: HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

O líder do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, considerou que a Assembleia da República (AR), “juntamente com o ministro das Finanças”, quebrou o dever de isenção e procedeu a “uma sessão de campanha eleitoral” em véspera de eleições.

Num comício em Santa Cruz, Alberto João Jardim apontou esta como uma demonstração “da mediocridade em que caiu a República” Portuguesa. “A 72 horas de eleições na Madeira, quando a lei portuguesa é clara que os órgãos de Estado não podem interferir nas eleições (…), quando a própria AR nas outras vezes até suspendeu trabalhos para não interferir em eleições, desta vez – o que mostra a má-fé do ataque que nos está a ser dirigido – a AR atreveu-se, indo contra a lei que ela própria havia feito, metendo-se o ministro das Finanças numa discussão que é eleitoralista”, disse.

Para Jardim, o debate que aconteceu em 06 de outubro no Parlamento sobre a situação financeira na Madeira, no qual foram feitas críticas tanto à governação do PSD na região autônoma, torna claro “perante os estrangeiros” que [a República Portuguesa] “se serve dos seus órgãos de Estado”, que “não tem crédito, porque um dos seus órgãos, o órgão parlamentar, juntamente com o ministro que tem que ser isento, procederam a uma sessão de campanha eleitoral”.

Perante algumas centenas de apoiantes reunidos num recinto de Santa Cruz, Jardim declarou: “Eles não me podem ver porque eu desprezo-os. Desprezo tudo o que é medíocre e acho que a política da República Portuguesa hoje é medíocre”.

Voltando a defender a opção que tomou pelo endividamento da região, Jardim assegurou ter sido sua a iniciativa de apresentar a verdade sobre a dívida direta e indireta da região e contrapôs que, segundo o mesmo critério alegadamente usado para aferir a dívida da Madeira, Portugal tem uma dívida de 333 mil milhões de euros. “A nossa dívida em relação à dívida do Estado português é 1,8% do total. Somos 2,5% da população, se calhar até devíamos ter feito mais dívida”, retorquiu.

O recandidato a presidente do Governo regional deteve-se depois na questão da zona franca da Madeira, criticando o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, “o responsável pelas campanhas contra” o ‘off-shore’ madeirense. “Nós demos uma lição de civismo e boa educação, porque o homem quer mandar dois mil madeirenses para o desemprego para fechar a zona franca da Madeira, até corria o risco de não ser bem tratado”, comentou.

O também presidente do Governo regional da Madeira insurgiu-se ainda contra a possibilidade de Portugal prescindir da zona franca da Madeira, que constitui “0,5 por cento do PIB” [produto interno bruto] nacional, fazendo “um frete” a outros países europeus onde também existem regimes fiscais similares.

Jardim admite resultado mais abaixo

O presidente do Governo regional da Madeira, Alberto João Jardim, admitiu, em 07 de outubro, que o resultado do PSD/Madeira nas próximas eleições legislativas regionais poderá ficar abaixo do alcançado no escrutínio de 2007.

Questionado pelos jornalistas sobre se espera alcançar o mesmo resultado que há quatro anos, Jardim respondeu: “Isso não acho devido às dificuldades que todos nós estamos a atravessar. Só uma pessoa inconsciente é que não percebia isso”.

Jardim manifestou-se, contudo, convicto que repetirá a maioria absoluta dos votos no próximo domingo – “obviamente que sim”, declarou.

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