Eleições: Apenas uma mulher a encabeçar listas prova que “feminismo é preciso”

Da Redação
Com Lusa

A coordenadora do BE considerou, na quinta-feira, que o facto de, em 17 cabeças de lista às europeias, a única mulher ser a candidata bloquista prova que o feminismo ainda é preciso e que há direitos por conquistar.

Catarina Martins subiu na quinta-feira à noite ao palco, em Coimbra, no comício para as europeias, para falar de mulheres, de igualdade e dos seus direitos, lembrando que se morre “por ser mulher em Portugal, na Europa e no mundo” e que, por isso mesmo, “uma agenda feminista não é coisa pouca, é todo um programa de direitos humanos”.

“E quando alguém disser que o feminismo já não é preciso ou que os direitos já estão todos conquistados, que olhe para esta campanha, que olhe para estas eleições europeias: 17 cabeças de lista e só há uma mulher”, lamentou.

Na perspetiva da líder bloquista essa mulher “felizmente é a Marisa Matias, que tem estado sempre onde é preciso”.

“No dia 26 de maio, as mulheres que se levantam por direitos, os homens que se levantam por igualdade, todas as pessoas que dizem que já chega, que não aceitamos mais a desigualdade, nem a violência, que queremos o respeito no lugar da humilhação, que a dignidade é o que combina com toda a gente, é esta gente que se levanta, que no dia 26 vai votar e sabe que é o voto no Bloco, que é o voto na Marisa Matias que vai fazer toda a diferença”, apelou, no final de um discurso inflamado e emocionado.

As mulheres da Sioux, da Triumph, as mulheres precárias, desempregadas, as amas, as ajudantes familiares, as mulheres que trabalham na limpeza, as cuidadoras informais ou as mulheres que “arriscam pôr os filhos no mar porque a terra é tão perigosa” foram alguns dos exemplos que Catarina Martins deixou, garantindo que o Bloco está sempre do lado destas lutas.

Na noite em que María Eugenia Palop, do espanhol Unidas Podemos, falou das “mulheres incansáveis” que são Catarina Martins e Marisa Matias e das lutas dos dois partidos por uma “Europa igualitária, alternativa a todos os Salvini, Merkel e Macron”, foi o discurso do 10.º da lista do BE às europeias, Amílcar Morais, que ‘roubou’ as atenções.

Amílcar Morais é surdo e começou o discurso usando apenas língua gestual portuguesa, ainda sem tradução, para mostrar a discriminação que os surdos sentem.

“Continuamos a sentir-nos menos pessoas do que as outras pessoas”, lamentou, dando os exemplos da violência doméstica, situações de emergência médica ou dificuldades de acessibilidade no Serviço Nacional de Saúde.

Depois da música de Jorge Palma, o mandatário nacional da candidatura de Marisa Matias, António Capelo, falou de uma “campanha de coração quente” e disse que daqui “a pouco mais de uma semana é preciso ir a votos”.

“Eles estão com medo desta maré que se está a levantar e vai rebentar na maré no dia 26. Vamos todos sem falta votar pelo nosso futuro”, apelou.

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