Dilma não receberá herança maldita como eu e Obama, diz Lula no G20

Mundo LusíadaCom ABr

No último dia de reuniões da Cúpula do G20 (que reúne as maiores economias do mundo), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em discurso que, ao contrário dele e do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a presidenta eleita Dilma Rousseff não receberá uma “herança maldita”. Segundo Lula, a sorte de Dilma é outra porque ela ajudou a construir o que há hoje no Brasil.

“A presidenta Dilma não vai fazer discurso algum dizendo que recebeu uma herança maldita do presidente Lula porque ela ajudou a construir tudo que nós fizemos até agora”, disse Lula na reunião plenária da cúpula. Na noite de 11 de novembro, o presidente apresentou Dilma aos líderes mundiais como sua sucessora na Presidência da República.“O Obama recebeu uma herança maldita, que foi uma crise financeira sem precedentes. E eu recebi uma herança maldita, que era um país andando para trás. Nossa geração não terá herança maldita”.

Segundo Lula, ao assumir o governo em 2002, não havia financiamentos para a agricultura. De acordo com ele, atualmente o país dispõe de auto-suficiência e caixa em várias áreas, como gás. Ele lembrou que com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o país vai precisar de muitos investimentos.

Durante o discurso, Lula fez um balanço da situação econômica no Brasil. De acordo com o presidente, o país vive o “melhor momento [econômico]” das últimas quatro décadas. Segundo ele, em, no máximo, cinco anos, todas as metas do milênio definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) serão cumpridas no Brasil. “O Brasil vive seu melhor momento desde 1958, há mais de 40 anos o país não vivia o momento que vive. Até 2015, o Brasil vai cumprir todas as metas do milênio, algumas delas já cumprimos”, disse.

Dever: eleger a sucessoraPela última vez na Cúpula do G20, Lula disse estar com a sensação de dever cumprido. Segundo ele, o maior compromisso que tinha era o de “eleger a sucessora”, o que conseguiu fazer com a vitória da presidenta eleita, Dilma Rousseff, também presente na Coreia do Sul.

“Agora, faltando um mês e meio, só cabe torcer para que ela monte um grande governo e possa ter mais sucesso do que eu tive”, afirmou. Bem-humorado, Lula disse ainda que pretende continuar “negociando” em vários fóruns. Ele disse estar tranquilo para esta última reunião do G20 cujos temas são a guerra cambial e as ações isoladas de alguns países que provocam o desequilíbrio da economia global.

Para o presidente, os líderes mundiais não sentirão falta dele nas reuniões do G20. “Estou tranquilo porque o G20 nem sentirá falta do presidente Lula porque ela fará muito mais bonito”, disse.

Esforçando-se para não chamar a atenção voltada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente eleita Dilma Rousseff manteve a discrição nos dias em que esteve em Seul. Convidada especial da cúpula, Dilma disse que não pretendia se manifestar nas reuniões, mas confirmou que vai manter a atual política econômica.

Dilma evitou dar entrevistas e apareceu, na maioria das vezes, ao lado de Lula. A presidente eleita desembarcou na Coreia do Sul junto com o ministro da Fazenda, Guido Fazenda, em voo comercial. No avião, ela se sentou ao lado de Mantega e os dois conversaram boa parte do tempo.

No primeiro dia da viagem, Dilma jantou em um restaurante de comida típica coreana – o Bambo House. No dia seguinte, ela saiu com assessores para visitar o Palácio Imperial – local que tem um jardim secreto repleto de flores de vários tipos e cores. Dia 11, Dilma acompanhou o presidente Lula no jantar oficial de abertura do G20, no Museu Nacional da Coreia.

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