Dilma faz giro pela Europa e encontra-se com líderes políticos

Candidata à presidência brasileira, está interessada na experiência portuguesa de aplicação da banda larga.

Mundo LusíadaCom agencias

 

André Kosters/Lusa Portugal

>> Primeiro-ministro José Sócrates durante o encontro com a candidata à Presidência da República do Brasil, Dilma Rousseff esta manhã na residência oficial no Palácio de São Bento em Lisboa, 19 de junho de 2010.

Em viagem à Europa, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, se reuniu em 17, em Bruxelas, com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. A viagem de Dilma continuou em Madri, com encontro com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, amanhã. No sábado, Dilma esteve em Lisboa, onde se reuniu com o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. No domingo, ela retornou ao Brasil.

Antes de embarcar para Bruxelas, Dilma se encontrou em Paris com membros do governo e da oposição na França. De acordo com informações da BBC, a candidata teve uma reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa. O encontro durou 30 minutos e Dilma disse que conversou com Sarkozy sobre a parceria estratégica entre o Brasil e a França, que tem como principal elemento os acordos bilionários na área da defesa.

“O fato é que iremos todos trabalhar juntos caso eu seja eleita. Obviamente, se outra pessoa for eleita, também a França irá trabalhar junto”, afirmou a candidata em entrevista a BBC. A conversa não abordou, segundo Dilma, a compra dos 36 aviões de caça para renovar a frota da Força Aérea Brasileira. Nesse processo de compra, os aviões franceses Rafale, fabricados pela Dassault, competem com o Gripen NG, da sueca Saab, e com o FA-18 Hornet, da Boeing.

De acordo com a BBC, Dilma disse ter discutido ainda com Sarkozy as iniciativas comuns dos dois países nas áreas ambiental e financeira. O Brasil e a França defendem a necessidade de maior regulação dos mercados mundiais.

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Dilma falou sobre a possibilidade do Brasil de entrar no grupo dos países desenvolvidos. "O Brasil está vivendo um momento muito especial. Nós podemos passar da condição de país emergente à condição de nação desenvolvida". Na entrevista, ela projetou um crescimento de 5,5% a 6% ao ano da economia brasileira no período de 2011-2014.

Dilma citou ainda os números de redução da pobreza durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a candidata, a pobreza caiu de 77 milhões para 53 milhões. No entanto, 19 milhões de brasileiros ainda sobrevivem em condições de extrema pobreza e 34 milhões vivem em condições precárias.

Em PortugalNo final de um encontro com o primeiro ministro José Sócrates, Dilma falou do interesse na experiência portuguesa na aplicação da banda larga nas telecomunicações.

Depois de um almoço na residência oficial em São Bento, ela frisou que o “desenvolvimento tecnológico vai ser uma das prioridades” do seu Governo, caso seja eleita.

“Fizemos uma conversa muito interessante sobre a questão da banda larga. E eu não sabia disso, mas fiquei muito interessada. Há um grande empenho do Governo português em fazer banda larga em todas as escolas aqui em Portugal, com uma capacidade bem considerável”, frisou.

“Nós, no Brasil, estamos falando em 1 mega e já achamos muito. Eles aqui estão chegando aos 100 megas”, acrescentou.

No encontro de Dilma Rousseff com José Sócrates, em que esteve igualmente presente o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, a candidata do PT salientou que outros temas da conversa incidiram sobre o computador Magalhães e “o programa de igualdade de oportunidades”.

As parcerias entre empresas portuguesas e brasileiras e os negócios no Brasil, de que destacou a exploração conjunta do “grande bloco de pré-sal que é Tupi”, na bacia de Santos, no Estado do Rio de Janeiro, entre a brasileira Petrobras e a portuguesa Galp, foram outros temas que Dilma Rousseff disse terem sido abordados.

Para a candidata, “o sucesso da governação” de Lula da Silva é também seu. “Nós construímos um projeto no Brasil. O Governo do Presidente Lula representa esse projeto. É um projeto do PT com todos os seus aliados. Eu participei ativamente na construção desse projeto. Não tenho distanciamento. E já disse isso e repito: é um Governo do qual eu fiz parte”, disse.

“O sucesso do Governo Lula tem a minha contribuição e, certamente, o sucesso do meu Governo tem também, tenho absoluta certeza, apoio político do Presidente Lula, na medida em que é a continuidade, no sentido do que nós entendemos por continuidade: avançando sempre”, acrescentou Dilma Rousseff.

Nesse sentido, disse que, em caso de vitória eleitoral, vai “pegar o Brasil numa situação bem melhor que o Presidente Lula recebeu no momento anterior, em 2002”.

A herança que reclamou ter sido recebida há oito anos por Lula da Silva caracterizava-se, acusou, por “uma situação muito precária, com inflação descontrolada, numa fragilidade externa imensa”.

“Nós tínhamos 14 bilhões de dólares de empréstimos do FMI (Fundo Monetário Internacional), que eram as nossas reservas. E tínhamos uma dívida pública, numa relação de dívida líquida sobre o PIB (Produto Interno Bruto) de mais de 60%”, acrescentou.

Se for eleita, garantiu, receberá um país “em condições de poder fazer muito mais do que foi feito”.

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