“Dança quem está na roda”, responde presidente português sobre ausência de Bolsonaro

Mundo Lusíada com Lusa

Em São Paulo, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que “dança quem está na roda” quando questionado pelos jornalistas sobre a ausência do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na cerimônia de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

 “Só respondo por Portugal. Gosto muito do que se diz no Minho que é: dança quem está na roda. Eu estou nesta roda, estou muito feliz por estar nesta roda e nesta dança. Esta é uma dança que pensa no futuro da língua portuguesa e de 260 milhões de pessoas. Isso para mim é o mais importante”, disse.

O Presidente de Portugal falava durante a conferência de imprensa conjunta com várias personalidades, incluindo o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e o Governador do Estado de São Paulo, João Dória, que não poupou nas críticas ao Presidente brasileiro.

Jair Bolsonaro foi a ausência mais notada na cerimônia para a qual, segundo o governador, foram convidados todos os ex-Presidentes do Brasil, mas compareceram apenas Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso.

Bolsonaro, com quem Marcelo Rebelo de Sousa deve se reunir na segunda-feira, em Brasília, está no interior de São Paulo, numa concentração de motos, na cidade de Presidente Prudente.

Posteriormente, durante a conferência de imprensa que se seguiu à inauguração, o governador de São Paulo esclareceu que convidou o Presidente Jair Bolsonaro para estar presente, mas que, segundo disse, “ele preferiu ir andar de moto”.

Na conferência, segundo as palavras de João Dória, o Presidente português teve de responder a duas perguntas consideradas na gíria brasileira como “saia justa”, Marcelo Rebelo de Sousa rejeitou ainda a ideia de uma alegada “guerra” entre os dois países motivada pela recusa de alguns escritores portugueses em usar o acordo ortográfico.

“Não há nenhuma guerra entre Portugal e Brasil, simplesmente em Portugal há democracia e é livre a opinião sobre o acordo e é livre adotar ou não o acordo”, disse, lembrando que este não é um caso único de Portugal e que há países como Angola que não ratificaram o protocolo sobre a escrita da língua portuguesa.

Para o chefe de Estado português, é também nesta pluralidade “que reside a riqueza” da comunidade lusófona. “A nossa língua é feita de democracia no falar e no escrever”, sublinhou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “se há 100 milhões que são falantes e escrevem português de uma forma, provavelmente serão mais portadores de futuro do que 10 milhões”, disse, numa alusão às populações de Portugal e do Brasil.

A cerimônia de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, agraciado por Portugal com a medalha Camões, marca o segundo dia da visita oficial ao Brasil de Marcelo Rebelo de Sousa, que teve ainda um encontro com representantes da comunidade portuguesa na Casa de Portugal em São Paulo.

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