Da Redação
Com agencias
Nesta quinta-feira, o Governo chinês refutou as alegações de que a pandemia do novo coronavírus teve origem num laboratório perto da cidade de Wuhan, onde amostras de doenças contagiosas estão armazenadas.
O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian citou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros especialistas médicos não identificados para argumentar que não há evidências de que a transmissão tenha começado no laboratório.
“Não há base científica para essas alegações”, afirmou. “Sempre defendemos que esta é uma questão científica, que requer a avaliação profissional de cientistas e especialistas médicos”, disse Zhao aos jornalistas, em conferência de imprensa.
Análises feitas anteriormente apuraram que o vírus teve origem em morcegos e que passou para outras espécies de animais, antes de contagiar seres humanos, num mercado de vida selvagem e frutos do mar, situado nos subúrbios de Wuhan, embora não existam ainda resultados definitivos.
Alegações de que o vírus vazou de um laboratório foram feitas pela imprensa norte-americana sem citar evidências concretas.
Novos casos
A China registrou 108 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, incluindo dez de contágio local, o número mais alto desde 28 de março, informou na última noite a Comissão de Saúde do país.
Até a 0h de segunda-feira (hora local) morreram duas pessoas devido à covid-19, ambas na cidade de Wuhan, centro da epidemia.
Os dez casos de contágio local ocorreram nas províncias de Guangdong, próximo a Macau, no sul do país, e de Heilongjiang, na fronteira com a Rússia, um novo centro de infecção na China devido ao fluxo de viajantes entre os dois países vizinhos.
A cidade de Suifenhe, que fica do lado chinês da fronteira e se encontra sob quarentena desde quarta-feira passada (8), registrou já cerca de 200 casos confirmados e mais de 100 casos assintomáticos, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
A maioria dos casos foi diagnosticada em chineses que moram na Rússia e voaram de Moscou para Vladivostok (leste), entrando na China pelo posto fronteiriço em Suifenhe.
As autoridades chinesas destacaram vários médicos e funcionários de saúde para um hospital de campanha montado na última semana em Suifenhe, para tentar conter o surto.
As autoridades proibiram a entrada de estrangeiros no país, no fim do mês passado, mas muitos chineses radicados no exterior estão voltando ao país, à medida que a doença se alastra pelo resto do mundo e levou a China a contar com centenas de casos importados.
Segundo a Comissão de Saúde chinesa, 88 pacientes receberam alta após terem superado a doença, nas últimas 24 horas, mas devido às 108 novas infecções registradas, o número total de infectados no país asiático aumentou para 1.156, no segundo dia consecutivo de inversão de tendência de descida.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 133 mil mortos e infectou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.