Covid-19: “A Europa sozinha não resolve nada”, diz Von der Lyen

Da Redação Com Lusa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou na abertura da Cimeira da Saúde ao empenhamento de “todos” no combate à pandemia de covid-19, destacando o papel da Europa desde o início da crise.

“A União Europeia decidiu fazer alianças globais”, destacou a presidente da Comissão Europeia, referindo-se diretamente ao mecanismo COVAX (Acesso Global às Vacinas da Covid-19) e congratulando-se com a recente adesão dos Estados Unidos ao programa dirigido pela Organização Mundial da Saúde.

Ursula von der Leyen frisou que é fundamental a promoção da “diplomacia ligada à saúde” a nível mundial, frisando que, “para se acabar com a pandemia, são precisas milhões de vacinas”.

“Sabemos que na Europa estamos juntos, mas a Europa sozinha não resolve nada e, por isso, estamos além das fronteiras europeias”, disse a presidente da Comissão Europeia, demonstrando preocupação com ajuda imediata ao continente africano.

“Vamos encontrar soluções para o futuro com mecanismos de ajuda e de solidariedade”, acrescentou, pedindo o envolvimento dos ministérios das Finanças dos governos europeus, mas também do setor privado.

Para a presidente da Comissão Europeia, as coligações no combate à pandemia são necessárias, tendo mostrado confiança na construção de alianças entre os parceiros envolvidos no combate à crise sanitária.

A Conferência sobre Saúde Global — Reforço do Papel da União Europeia (UE) na Saúde Global, que se realiza hoje no Centro Cultural de Belém, foi organizada pelo Ministério da Saúde e a Direção-Geral da Saúde, com o apoio da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.

Na conferência participam, entre outras individualidades, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da saúde, Marta Temido, assim como António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

Diplomacia da Saúde

A ministra da Saúde portuguesa sublinhou que a diplomacia da saúde “não é uma opção” dos Estados, mas sim uma “necessidade compartilhada”, pois os desafios da saúde global “transcendem fronteiras”.

Na abertura da conferência, Marta Temido abordou as lições que pandemia de covid-19 trouxe, nomeadamente que “a saúde não conhece fronteiras”.

“Portanto, a diplomacia da saúde não é uma opção dos Estados. Em vez disso, é uma necessidade compartilhada. Os desafios da saúde global transcendem fronteiras e também as clássicas divisões norte-sul, este-oeste, expondo as limitações das abordagens segmentadas”, assinalou.

A ministra apontou ainda à necessidade de “estratégias mais inclusivas, abrangentes e coordenadas para enfrentar os novos desafios” e, ao mesmo tempo, a importância da “solidariedade global” no combate às ameaças à saúde pública global.

Daí o fato de “nenhum Estado estar seguro até que todos estejam seguros” e, nesse sentido, “a UE esteve e continuará empenhada” no objetivo da solidariedade além-fronteiras, reforçando “a influência fortalecedora da União na saúde global e também na diplomacia da saúde”, apontou.

Marta Temido assegurou ainda que o Conselho da UE, a que Portugal preside até junho, assume um “compromisso claro” com vista a reforçar um “multilateralismo eficaz”, tendo em conta que a saúde atravessa várias áreas, como a “política externa”, o “desenvolvimento”, a “segurança”, a “agricultura”, o “meio ambiente” ou a “proteção civil”.

A conferência, que decorre no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, aborda temas como a saúde global em tempo de pandemia, as alianças estratégicas UE-África, nomeadamente no acesso a vacinas, e a promoção da cobertura universal em saúde.

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