Cônsul-geral de Portugal no Rio aguarda decisão do governo para deixar o cargo

Por Ígor Lopes
Para Mundo Lusíada

António de Almeida Lima terá festa da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro, no Hotel Pestana Rio Atlântica, em Copacabana, em sua homenagem. Foto: Ígor Lopes

Até o final deste ano, o governo português, liderado pelo social-democrata Passos Coelho, vai decidir pela permanência, ou não, do atual cônsul-geral de Portugal no Rio de Janeiro. Há cinco anos à frente dessa unidade consular, Antônio de Almeida Lima pode se ver numa fase onde terá de experimentar novos ares. Antecipando a ausência desse diplomata, a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio prepara já um jantar de despedida.
Em entrevista ao Mundo Lusíada, o embaixador garantiu que ainda não existe data para que ele deixe o consulado. Tampouco sabe para onde vai ser deslocado e quem o irá substituir. Mas resta uma certeza, o Rio nunca vai sair da sua memória. “Eu me sinto muito bem aqui. Sou acolhido por uma verdadeira família”, conta o cônsul.
Antônio de Almeida Lima é um dos diplomatas portugueses mais admirados que já passou pela cidade carioca. Respeitado e muito solicitado, é fácil encontrá-lo apoiando as ações institucionais das entidades portuguesas na cidade maravilhosa. “Não sei avaliar o grau de admiração ou de amizade que os meus antecessores tiveram aqui no Rio, certamente fizeram todos um ótimo trabalho e com características diferentes”, frisa.
Quando perguntado se o seu desejo é ficar no Rio, o cônsul não esconde a emoção de tocar nesse assunto. “Eu teria que fazer uma opção para responder a sua pergunta. Mas acho que, nessa altura da vida, já não é o que tenho que fazer. Estou numa carreira que implica estar disponível para ser colocado onde o governo e as autoridades portuguesas entenderem que serei mais útil. Portanto, creio que, embora com muita pena de deixar tudo isto, se fechou um ciclo. Outro vai se abrir quer para o consulado no Rio quer para mim”, sublinha Antônio de Almeida Lima, que enfatiza que a notícia sobre o seu futuro pode surgir a qualquer momento.
“Este anúncio está para breve. Tenho que estar preparado para receber essa decisão. Cortar as amarras vai ser difícil. Tenho que estar preparado. As lembranças vão sempre ficar muito fortes. Até o final do ano é possível que haja uma posição sobre isso”, afirma o diplomata.
Festa em tom de despedida
A Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro vai promover, no dia 13 de dezembro, um jantar, no Hotel Pestana Rio Atlântica, em Copacabana, para homenagear António de Almeida Lima. Segundo a Câmara Portuguesa, o embaixador “tem desempenhado um papel fundamental no estímulo às relações econômicas luso-brasileiras, em reconhecimento à sua dedicação e parceria com a comunidade empresarial”.
Paulo Elísio de Souza, presidente da Câmara Portuguesa, atribui ao cônsul parte do sucesso das relações bilaterais entre Brasil e Portugal.
“A Câmara Portuguesa, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo embaixador durante todo o tempo em que esteve no Rio de Janeiro, visando a aproximação com as comunidades portuguesas no Rio, quer seja o incentivo às relações bilaterais quer seja o apoio permanente aos pleitos da Câmara, deseja a ele muito êxito na próxima missão. E, por onde for, que leve uma boa lembrança da pujança econômica do Rio de Janeiro”, diz Paulo Elísio de Souza.
Por enquanto estão confirmadas as presenças do ministro Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, e de Paulo Simões, presidente da Abolição Veículos.
O evento vai contar com o co-patrocínio de empresas portuguesas e brasileiras e haverá venda de convite na secretaria da Câmara. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (21) 2533-4189 e (21) 2533-4178.

Meia década estreitando laços entre Portugal e Brasil
Antônio José Emauz de Almeida Lima atua no consulado do Rio desde 2006. No total, são já 27 anos de carreira. Trabalhou também nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Bélgica e em Moçambique.
É casado com Vanda Maria Costa de Sousa Araújo e tem três filhas. Conta com uma licenciatura em Direito. É natural de Lisboa, tendo nascido em novembro de 1956.
Em entrevista ao ML em setembro deste ano, Antônio de Almeida Lima revelou o seu amor pelos dois países irmãos. “Tenho orgulho na história do meu país e da diáspora portuguesa e tenho uma admiração profunda pelo Brasil como grande país que é e que soube partilhar com povos de todo o mundo as suas riquezas e a sua beleza, acolhendo-os com generosidade e abertura. O exemplo de miscigenação cultural e étnica brasileira deverá ser admirado e respeitado em todo o mundo”, sublinha Antônio de Almeida Lima.

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