Comunidade de Santos oferece espaço para serviço consular, governo português não se manifesta

 

Mundo Lusíada  

Apesar de tantos protestos e soluções apresentadas, ninguém do governo Cavaco Silva se manifestou sobre a situação da comunidade portuguesa da Baixada Santista diante do fechamento do Consulado de Portugal. 

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Ademir Pestana, vereador e presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos, e membro do Conselho da Comunidade Portuguesa.

Ademir Pestana, vereador e presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos, e também membro do Conselho da Comunidade Portuguesa, afirmou em entrevista ao Mundo Lusíada que a entidade disponibilizou espaço para um escritório de serviços consulares, sem custo algum ao Estado.

A iniciativa, encaminhada ao governo português, pretendia fazer com que o serviço diplomático português no litoral paulista continuasse a atender um público de cerca de 30 mil portugueses natos, sendo um total de 90 mil utentes. “Sabendo do motivo que era para diminuir custos, nós da Beneficência nos colocamos à disposição cedendo uma ou duas salas, para que montassem um escritório dentro da Beneficência, e nós faríamos esse atendimento sem custo nenhum para o Consulado”.

A reestruturação consular foi aprovada em 15 de março, defendendo a necessidade de alterar o atual quadro consular no mundo adaptando-o “às reais necessidades”. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas afirma, sobre a extinção do Consulado de Santos, que o “Consulado-Geral de Portugal em São Paulo tem vindo a apresentar ganhos de eficiência, e que o Consulado em Santos, situado a curta distância, pratica cerca de 9.000 atos consulares por ano”, transferindo sua área de jurisdição para SP. Porém, diversos partidos políticos criticaram a proposta, considerando uma saída econômica para o governo português e que vai afastar ainda mais as comunidades do país.

Além disso, a comunidade portuguesa cobra do presidente Cavaco Silva uma promessa de campanha, enquanto candidato à presidência, de permanecer com o atendimento diplomático em Santos. “A promessa dos dois candidatos à presidente de Portugal, quando estiveram aqui, foi que iriam manter esse Consulado. E nós também vamos cobrar isso” afirma Pestana.

Assim como outras entidades na região, a Beneficência Portuguesa de Santos colocou um pano preto em sua fachada com a escrita “Em Defesa do Consulado”, e segundo Pestana, os protestos vão continuar e as críticas serão mais severas se não haver “bom senso” e se a unidade consular for fechada. “Portugal não pode virar as costas para a cidade de Santos, a cidade que tem o maior Porto do hemisfério sul, e por onde chegou a maioria dos portugueses que vieram para o Brasil. Aqui é onde está erradicada a nossa colônia”, defende. Santos quer que o Consulado fique Neto de português, Ademir Pestana defende os ideais de seus avós, naturais da Ilha da Madeira e que se instalaram no Morro de São Bento, em Santos, onde residem até hoje.

Segundo ele, toda a cidade está contra a decisão do governo, os santistas querem que o Consulado fique. “Nós temos muitos associados portugueses que comentam, ligam dizendo que o Consulado não pode fechar. Como vereador, diariamente recebemos na Câmara Municipal de Santos vários requerimentos, vários trabalhos, vários artigos falando do fechamento, contando essa história” diz o luso-brasileiro que está engajado na luta contra o fechamento junto de outros membros do Conselho.

“Santos que teve aqui no começo do século quase 70% de sua população de portugueses, ainda hoje perdura isso, haja vista que temos entidades aqui como a Fundação Lusíada, a primeira universidade da região, de origem portuguesa; a Beneficência Portuguesa; a Portuguesa Santista; Vasco da Gama, enfim a colônia está toda aqui”.

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