Carlos César considera incompreensível “demora” de Passos e silêncio de Cavaco

Mundo Lusíada
Com agencias

O presidente Regional, Carlos Cesar, em entrevista a imprensa localO presidente do PS considerou nesta segunda-feira incompreensível “a demora” do primeiro-ministro em anunciar a composição do Governo e em apressar a apresentação do respetivo programa, assim como o silêncio do chefe de Estado face a esta situação.

Estas críticas de Carlos César a Pedro Passos Coelho e a Aníbal Cavaco Silva constam de uma nota enviada à agência Lusa, na qual também se acusa o executivo cessante de pretender “concluir uns quantos negócios à pressa” e fazer “à socapa centenas de nomeações”.

“Não se compreende a demora do primeiro-ministro indigitado em apresentar a composição do Governo para tomar posse e apressar a apreciação do programa do governo. Temos que passar adiante”, afirma Carlos César, que, na quarta-feira, deverá suceder a Ferro Rodrigues nas funções de líder parlamentar do PS.

Para Carlos César, na atual conjuntura, “Portugal não pode perder tanto tempo e não deve ficar com um Governo que não governa e que só quer concluir uns quantos negócios à pressa, e consolidar por toda a parte e à socapa centenas de nomeações para controle partidário futuro da administração”.

Depois, o presidente do PS refere-se especificamente a Cavaco Silva: “Nem se compreende que o Presidente da República o permita” disse. “Para uns efeitos o Presidente da República fala a mais e para outros a menos. Assim não”, acrescenta o ex-presidente do Governo Regional dos Açores, entre 1996 e 2012.

Nesta semana, o PS deve voltar à mesa de negociações que pode ser decisiva com os Bloco de Esquerda e CDU.

Segundo o Jornal de Notícias, o Governo nomeou cerca de uma centena de dirigentes de cargos intermédios da Função Pública antes das eleições legislativas mas cujas publicações em Diário da República foram feitas apenas depois, entre 5 de outubro e 23 de outubro, em cargos como diretor de serviço, chefe de divisão ou de unidade, secretário-geral, e outras.

PSD
No fim de semana, o vice-presidente e porta-voz do PSD, admitiu a possibilidade da Coligação Portugal à Frente retomar o diálogo com o PS, sublinhando que o programa socialista tem “muitos pontos de contato” com o do PSD/CDS.

“Acreditamos que o PS tem sempre a oportunidade para corrigir a trajetória errada que está a fazer relativamente à história, porque a sua história não é no sentido desta trajetória, estamos a um mês do 25 de novembro e recordamos a importância que o PS teve para ajudar a cimentar valores de democracia que nós perfilhamos”, afirmou.

“Os nossos programas, em muitos pontos, são conciliáveis, o que não são conciliáveis são os programas do PS, do BE e do PCP, a não ser num arranjo oportunista de querer chegar ao poder de qualquer maneira e de criar uma condição de bloqueio ao respeito do resultado eleitoral de 04 de outubro”, sublinhou.

Também o secretário de Estado Pedro Lomba, num artigo de opinião no Público, recorda qual o papel de um Presidente da República, considerando que nas duas últimas semanas tem havido uma “desconsideração” impensável para com Cavaco Silva.

“Respeitar a vontade do povo não é juntar os perdedores e, com isso criar uma nova maioria; é obrigar a maioria vencedora a ceder, a negociar, a transigir”, lembra, defendendo que o “a desconsideração do espaço de decisão do Presidente da República atingiu “níveis impensáveis”.

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