Candidatos debatem propostas na Casa de Portugal São Paulo

Segundo a justificativa do Conselho, foram convidados três candidatos presentes e participativos na comunidade portuguesa em São Paulo: José Duarte (PS – Partido Socialista), Carlos Páscoa (PSD – Partido Social Democrata) e Ildefonso Garcia (CDU – Coligação Democrática Unitária).

Por Mundo Lusíada

Mundo Lusíada

 

O Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo promoveu um debate na Casa de Portugal de São Paulo entre os candidatos às Eleições Legislativas de Portugal, que acontece no próximo 27 de setembro.

O debate contou com perguntas direcionadas pelo Conselho da Comunidade, além de perguntas da platéia, quando os candidatos tiveram a oportunidade de defender, assim como adiantou o Mundo Lusíada na sua última edição, as suas prioridades para a política das comunidades.

A mesa de trabalhos contou, além dos três candidatos, com o Dr. David da Fonte, representando o presidente da Casa de Portugal de São Paulo Dr. Julio Rodrigues, o deputado Fernando Capez, que por compromissos pessoais esteve presente apenas na abertura, e Antero Pereira, presidente do Sindicato dos Panificadores de SP.

Propostas CDU, PS e PSDDurante o evento, o candidato do PSD, Carlos Páscoa, destacou a importância do incentivo de investimento dos emigrantes em Portugal, e falou sobre reativar a Poupança Emigrante. Citando uma inativa AICEP (Agência para Investimento e Comércio Externo de Portugal), Páscoa defendeu também uma maior troca comercial através das Câmaras Portuguesas de Comércio.

Do partido do primeiro-ministro José Sócrates, José Duarte falou da criação pelo PS do projeto de apoio ASIC/ASEC, o que foi contestado pelo candidato do CDU, o qual citou que a iniciativa foi do Conselho das Comunidades, durante uma reunião dos luso-paulistas no Arouca São Paulo Clube, exigindo uma assistência aos portugueses carenciados.

Duarte ainda defendeu uma positiva integração Brasil e Portugal, a qual nunca esteve tão forte, e elogiou o trabalho da Secretaria de Estado das Comunidades (SEC) citando a reestruturação consular. “A reforma consular foi muito bem sucedida e hoje os Consulados funcionam melhor”.

Citando o exemplo de Santos, Duarte afirmou que a unidade consular funciona muito melhor do que anteriormente. Mas os candidatos Páscoa e Ildefonso foram contra o posicionamento do candidato. “Eu estou pasmo, estou humilhado. Eu não posso aceitar que se entregue ao setor privado um serviço público” comentou Ildefonso Garcia, citando que é um empresário português (Armênio Mendes) que paga as contas do Consulado de Santos. Informação também contestada, pois, ao que se sabe, o órgão quadruplicou sua receita e atualmente envia remessas mensais para Portugal.

“O que aconteceu nos últimos quatro anos e meio foi uma vergonha. Não permito que se venha dizer que foi um avanço” defendeu Páscoa, afirmando que a reestruturação consular terminou com quatro consulados despromovidos.

Duarte esclareceu que ele fez parte de um grande movimento formado pela comunidade local na intenção de manter os serviços consulares na cidade do litoral paulista, além de citar fechamento de consulados também na época do governo do PSD. “Antes, as pessoas iam lá às 05 da manhã para pegar uma senha e voltar no outro dia para serem atendidas. E hoje não, o atendimento é feito no máximo em meia hora” disse sobre atual funcionamento do Consulado Honorário de Santos.

Voto por correspondênciaA questão do voto na diáspora rendeu muitos comentários no debate. Alguns partidos defendem o encerramento do voto de correspondência, por crerem que o sistema é falho e até fraudulento. “O meu maior ato de cidadania é comparecer na mesa de voto” disse Ildefonso, que como José Duarte, defendeu o voto presencial. “Tem gente que já morreu e ainda vota” ironizou o candidato do PS, quem afirmou ser uma boa opção o voto eletrônico.

Já Páscoa acusou os dois candidatos de “egoístas”, citando grandes distâncias que muitos portugueses enfrentariam para participarem das eleições nos Consulados com o voto presencial. “Eu prefiro alargar, mesmo que correndo algum risco, do que restringir a possibilidade de voto” disse.

Questionando Carlos Páscoa, Ildefonso Garcia perguntou qual o motivo do candidato já eleito pelo PSD ser um dos mais faltosos na Assembléia da República. O candidato do PSD explicou que representa o círculo eleitoral de 4 continentes, e que visitou 76 comunidades como deputado, sendo esta a maior prova de seu trabalho efetivo. “Eu prefiro estar fazendo o meu trabalho do que ficar dormindo na Assembléia da República, como acontece” disse. Páscoa, ao final, ainda citou a participação de três emigrantes do Brasil serem candidatos à eleições, esperando que nas próximas legislativas, isto volte a acontecer, porém como “cabeça-de-listas” destes partidos.

Ao final do debate, o presidente do Conselho da Comunidade, Antonio de Almeida e Silva, afirmou nas suas considerações finais que a primeira experiência de debate foi muito satisfatória, citando ainda que “Portugal é uma pátria de comunidades”, referindo-se ao cerca de 5 milhões de portugueses (fora os descendentes) que vivem em países de acolhimento.

Almeida e Silva chamou a atenção para a falta de estrutura do país na política das comunidades. Ele, que já esteve na Assembléia da República portuguesa, lamentou o fato de muitos deputados dispersarem a sua atenção no momento de ouvir os poucos deputados pelo Círculo de fora da Europa, no Parlamento português. Assim, ele pediu o auxílio de todos nesta luta para acabar a "divisão" entre o povo de Portugal e o emigrante.

O vídeo produzido do evento já está disponível na Internet, no endereço: www.youtube/CCLBSP. "A disponibilização na internet aumenta o conhecimento das propostas dos candidatos e amplia a participação nas eleições, dando um exemplo de cidadania pelo Conselho da Comunidade" diz o secretário geral, Fernando Gouveia.

 

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