Brasil procura conhecimento e tecnologia portuguesa em aquicultura e pesca

A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas (D) acompanhada pelo ministro das Pescas e Aquicultura do Brasil, Marcelo Crivella (E), antes da abertura do seminário “Aquacultura e Pescas, Oportunidades de Negócio, Portugal-Brasil”, na Universidade de Aveiro, 25 de novembro de 2013. PAULO NOVAIS / LUSA
A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas (D) acompanhada pelo ministro das Pescas e Aquicultura do Brasil, Marcelo Crivella (E), antes da abertura do seminário “Aquacultura e Pescas, Oportunidades de Negócio, Portugal-Brasil”, na Universidade de Aveiro, 25 de novembro de 2013. PAULO NOVAIS / LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

O ministro da Aquicultura e Pesca brasileiro, Marcelo Crivella, chegou em 23 de novembro a Portugal para encontros com autoridades e pesquisadores, em busca de cooperação na área de biotecnologia que ajude a impulsionar a produção de pescados no Brasil.
Entre as possíveis parcerias que podem ser fechadas durante a visita está um acordo com o Centro de Inovação em Biotecnologia (Biocant), iniciativa da Câmara Municipal de Catanhede com a Universidade de Coimbra.
De acordo com a secretária do Ministério da Aquicultura e Pesca do Brasil, Maria Fernanda Nince, nesse caso, há interesse em aprofundar os estudos no setor de toxicologia.
No dia 25, a equipe brasileira participou do seminário Portugal-Brasil Aquacultura e Pesca – oportunidades de negócios”, realizado pela Universidade de Aveiro. Na agenda, uma visita à fábrica portuguesa AguaPlus – vista como pioneira no cultivo sustentável de microalgas – na busca de troca de conhecimento, tendo em vista o projeto brasileiro de desenvolvimento de biodiesel a partir de microalgas.
“A microalga é utilizada também para o próprio alimento, então é possível fabricar ração para peixes para manter a própria aquicultura e vários campos podem ser abertos nesse sentido”, declarou à agência Lusa a secretária brasileira, antes de embarcar para Portugal.
O interesse do Brasil, nesse caso, está no baixo custo oferecido pelo fabrico da ração de peixe a partir das microalgas, o que pode ajudar na redução do preço do pescado para a população.
Outra área de interesse dos brasileiros são os estudos portugueses sobre o cultivo de corais e dos chamados “peixes-planos”, como o linguado. “Portugal domina os estudos dessa parte do cultivo [de corais], voltado para uma produção utilizada para cosméticos e fármacos, que viram remédios como antialérgicos importantes”, observou.
A experiência portuguesa também deverá contribuir com estudos sobre peixes planos já em andamento na Fundação Universidade do Rio Grande (Furg).
O Ministério da Pesca brasileiro é relativamente recente, tendo sido criado em 2009 pelo Governo de Lula da Silva. O objetivo do Ministério é incentivar a produção de pescados nacional tendo como meta a recomendação da FAO, para que o país se torne um dos maiores produtores do mundo, com 20 milhões de toneladas de pescado por ano.

Portugal
A Ministra portuguesa lembrou que Portugal consome, em média, três vezes mais peixe dos que o consumo médio europeu. “Há uma margem de progressão que pode ser colmatada com a aquacultura. Importamos muito peixe por causa do desfasamento entre o que se pesca e o que se consome e a aquacultura é uma boa oportunidade para o País satisfazer o mercado interno”, explicou.
Assunção Cristas referiu ainda que Portugal já importa produto da aquacultura de muitas partes do mundo, “pelo que há uma margem grande para crescer na produção de peixe e de bivalves e de acrescentar valor através da indústria”.
“Projetos não faltam, e sente-se um novo dinamismo no setor, sendo que o programa Promar já apoiou em 44 milhões de euros variadíssimos projetos de aquacultura e, só no período de pouco mais de um mês, no Algarve, entraram 11 novos projetos apara aquacultura em mar aberto”, afirmou a Ministra.
Segundo Assunção Cristas, Portugal negociou com a Comissão Europeia para o país apoiar o aquaseguro com fundos europeus, e “conseguimos estender o gasóleo colorido a embarcações de suporte à aquacultura, que era algo que estava excluído”.

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