Brasil e Estados da UE não vão na posse de Maduro

Da Redação
Com agencias

A União Europeia (UE) e os seus Estados-membros não vão estar representados na tomada de posse do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou a porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa, segundo a agencia Lusa.

“Temos sido muito claros ao dizer que as eleições na Venezuela não foram nem livres, nem justas e que lamentamos que, apesar de todos os apelos da comunidade internacional, incluindo da UE, não tenham decorrido novas eleições, em conformidade com as regras internacionais. Neste contexto, nem a UE nem os seus Estados-membros vão participar na sessão inaugural de hoje”, esclareceu Maja Kocijancic.

A porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa respondia assim às questões sobre a eventual presença de representantes políticos de alguns dos Estados-membros na tomada de posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato presidencial

No entanto, segundo Kocijancic, a UE vai continuar empenhada “diplomática e politicamente” em apoiar “uma solução pacífica e democrática para a crise na Venezuela, mantendo os canais de diálogo abertos com os agentes locais”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, já tinha anunciado que Portugal não se faria representar politicamente.

Também o Brasil, que integra o Grupo de Lima (formado por Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia e México), considera a reeleição de Maduro ilegítima.

Para o grupo, com exceção do México, o poder deveria ser transmitido para o Parlamento venezuelano que, por sua vez, promoveria novas eleições. O processo eleitoral que levou à reeleição de Maduro contou com quase 70% de abstenção.

Esta semana o Peru informou que proibirá a entrada do presidente da Venezuela e integrantes do governo, assim como suas famílias, no território peruano, segundo a Agencia Brasil.

Segundo a chancelaria venezuelana, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, da Nicarágua, Daniel Ortega, de Cuba, Miguel Díaz-Canel, de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén e também Anatoli Bibilov, líder da Ossétia do Sul, um país não reconhecido pelas Nações Unidas, confirmaram presença nos eventos de posse de Maduro.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, toma posse nesta quinta-feira, para um novo mandato presidencial de seis anos (2019-2025).

O ato de tomada de posse será transmitido em direto pelas estações de televisão da Venezuela e, tal como tem acontecido com as últimas conferências de imprensa de Nicolás Maduro, será acompanhado à distância nas embaixadas e consulados venezuelanos.

O Presidente da Venezuela vai prestar juramento perante o Supremo Tribunal de Justiça, ao invés da Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), já que não reconhece a legitimidade deste órgão, que acusa de estar a afrontar as sentenças daquele tribunal.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).

Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição do país.

Também do Brasil, a líder do Partido dos Trabalhadores (PT), a principal força política da esquerda, anunciou que vai participar, em Caracas, na cerimônia de posse. Gleisi Hoffmann disse que sua intenção com esta viagem é “levar o apoio do PT ao povo venezuelano” e denunciar “a posição agressiva do Governo do Presidente [do Brasil] Jair Bolsonaro contra a Venezuela”, que afirma ser contrária à tradição diplomática do Brasil.

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