Da Redação
Com agencias
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira que o seu antecessor na Presidência do Brasil Michel Temer foi preso devido a acordos políticos em nome da governabilidade, segundo noticiou o jornal Estadão.
Em viagem ao Chile, Jair Bolsonaro comentou a prisão do ex-chefe de Estado, acrescentando “que a Justiça nasceu para todos e que cada um é responsável pelos seus atos“, de acordo com a mesma fonte.
Segundo o portal de notícias G1, também o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, se manifestou acerca do caso, afirmando que “é muito mau para o país ter um ex-Presidente preso“, acrescentando que “agora seguem as investigações”.
O “número dois” de Jair Bolsonaro também afirmou que a prisão de Temer não deve atrapalhar as votações no Congresso que são de interesse do Governo atual.
Outro membro do atual executivo, o senador Major Olímpio, líder do governo Bolsonaro no Senado Federal, declarou no Twitter que “a Justiça será para todos”.
“O Brasil está mudando, a Justiça será para todos! Grande expetativa para o povo brasileiro, estamos no caminho certo! O Brasil será passado a limpo, cadeia para todos aqueles que dilapidaram o patrimônio público brasileiro e envergonharam a política e o nosso povo“, escreveu.
Temer e o ex-ministro Moreira Franco ficarão detidos em uma cela especial da Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, avançou a EBC.
A determinação é do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, atendendo um pedido da Força Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal. Os procuradores alegaram que, por ser ex-presidente tem direito a tratamento especial, assim como Moreira Franco, que foi ministro até dezembro de 2018.
A defesa do ex-presidente pediu, na tarde desta quinta-feira, seu habeas corpus ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). “Resta evidente a total falta de fundamento para a prisão decretada, a qual serve apenas à exibição do ex-presidente como troféu aos que, a pretexto de combater a corrupção, escarnecem das regras básicas inscritas na Constituição da República e na legislação ordinária”, diz um trecho do comunicado dos advogados de defesa.
Prisão
A Polícia Federal brasileira deteve na manhã desta quinta-feira Michel Temer e tenta cumprir outros mandados contra aliados do antigo Presidente brasileiro, numa ação a pedido dos investigadores da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro.
Michel Temer, o segundo ex-Presidente brasileiro a ser detido no espaço de um ano – o primeiro foi Lula da Silva, que cumpre pena de prisão -, está a ser investigado em vários casos ligados àquela que é considerada a maior operação de combate à corrupção na história do Brasil e que revelou um escândalo de grandes proporções de desvio de fundos da empresa petrolífera estatal Petrobras.
Em causa estão denúncias do empresário e dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, que disse à Polícia Federal ter pagado um milhão de reais em subornos a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do Presidente Michel Temer.
Desde o seu lançamento, em março de 2014, a chamada investigação Lava Jato levou à prisão empresários e políticos, incluindo o ex-Presidente Lula da Silva.
Durante o mandato presidencial, o Ministério Público pediu por duas vezes ao Supremo Tribunal a abertura de processos por corrupção contra Temer, mas o Congresso brasileiro negou sempre autorizar os procedimentos necessários.
Todas as acusações ficaram, por isso, pendentes do fim da imunidade de Michel Temer, o que aconteceu quando deixou a Presidência da República do Brasil no final de 2018, após dois anos e meio de mandato.
Os presos da operação foram responsáveis por movimentar, irregularmente, R$ 1,8 bilhão, envolvendo vários órgãos públicos e empresas estatais. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a organização atuava há 40 anos, tendo entre os envolvidos, Temer e o amigo dele João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.
Segundo a procuradora Fabiana Schneider, o caso da mala de dinheiro apanhada por Rodrigo Rocha Loures, na época era assessor de Temer, propiciou a coleta de áudios, identificando que coronel Lima atuava na intermediação para entrega de dinheiro. A reforma na casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente, segundo a procuradora, foi feita com dinheiro ilícito.