Bolsonaro diz que reforma da Previdência fará cortes “substanciais” no Brasil

Foto: Almoço de Trabalho “O Futuro do Brasil“ diz 23, em Davos – Suíça, durante fala do Presidente Jair Bolsonaro. Alan Santos/PR

Da Redação
Com EBC

Neste dia 23, o presidente Jair Bolsonaro disse que a reforma da Previdência que será enviada ao Congresso trará “substanciais” cortes nos desembolsos previdenciários e estabelecerá uma idade mínima de aposentadoria. Paralelamente, ele confirmou que o plano de privatização está quase pronto.

As declarações do presidente foram feitas durante entrevista exclusiva à emissora de televisão da Bloomberg, empresa internacional de notícias, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Também nesta quarta-feira, Bolsonaro teve reunião bilateral com o Presidente da Suíça, Ueli Maurer, com o Ex-Primeiro Ministro do Reino Unido Tony Blair, e com o Premiê Japonês.

Na entrevista, Bolsonaro se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma “consciência” no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são “vitais”.

Segundo a reportagem publicada em inglês no site da Bloomberg, Bolsonaro disse que a aprovação da proposta é praticamente certa por causa da situação econômica do país.

Comércio exterior
De acordo com a publicação da Bloomberg, Bolsonaro disse que há esforços para modernizar o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa) e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco.

O texto menciona o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. De acordo com a reportagem, o presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.

Explicações
Durante a entrevista à Bloomberg, segundo a reportagem, o presidente comentou as investigações relacionadas às movimentações financeiras atípicas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

De acordo com Bolsonaro, se for comprovado que o filho errou, “terá que pagar o preço” pelas ações atribuídas a ele. Em sua rede social, Flavio Bolsonaro negou a “campanha difamatória” a que tem sido alvo.

Fabrício Queiroz passou a ser investigado por ter feito transações atípicas no valor de 1,2 milhões de reais (280 mil euros).

O Coaf também identificou 48 depósitos realizados em apenas um mês na conta bancária do filho do chefe de Estado brasileiro, segundo informações divulgadas pela TV Globo.

Estes depósitos ocorreram entre junho e julho de 2017 numa agência bancária situada dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio Bolsonaro era deputado.

Segundo a investigação, os depósitos foram sempre do mesmo valor, dois mil reais, cerca de 530 dólares, até somarem 25.500 dólares, quase 22.500 euros.

O facto de os depósitos terem sido feitos de forma fracionada despertou a suspeita de uma possível ocultação da origem do dinheiro, de acordo com a investigação do Coaf.

Atualmente, a investigação deste caso está suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A suspensão atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro.

Nesta quarta-feira, o Presidente Bolsonaro cancelou a conferência de imprensa que tinha previsto em Davos, segundo a imprensa brasileira, ainda sem divulgação do motivo para o cancelamento.

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