Bolsonaro diz que quer manter relações comerciais após Irã convocar embaixador para explicação

Da Redação
Com EBC

O presidente Jair Bolsonaro disse neste dia 7 que o Brasil pretende manter as relações comerciais com o Irã e afirmou que repudia o terrorismo. “Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. Temos comércio com o Irã e vamos continuar esse comércio”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira.

Na semana passada, o governo brasileiro manifestou seu apoio “à luta contra o flagelo do terrorismo”. A nota do Ministério das Relações Exteriores foi divulgada um dia após a ação ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter matado Qassem Soleimani, principal general iraniano e considerado por muitos analistas como o segundo homem mais poderoso do governo iraniano. O ataque ocorreu nas proximidades do Aeroporto de Bagdá, capital do Iraque. O Itamaraty, entretanto, não comentou a morte do general iraniano, mas condenou o ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, ocorrido dias antes.

Nesta semana, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os representantes diplomáticos brasileiros a comparecerem à chancelaria iraniana para explicar o teor da nota divulgada no último dia 3. A convocação foi atendida pela encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes.

Segundo o Itamaraty, na ausência do embaixador Rodrigo Azeredo, que está de férias, a convocação foi atendida pela encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes. “Informamos que a Encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, assim como representantes de países que se manifestaram sobre os acontecimentos em Bagdá, foram convocados pela chancelaria iraniana”, informou o Itamaraty, em nota, sem detalhar que outras Nações tiveram seus representantes convocados.

Bolsonaro também disse que vai conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a possibilidade de pedir uma reunião com os diplomatas iranianos no Brasil. Para o presidente, o governo tem que ter a capacidade de se antecipar a problemas.

No final da manhã, Bolsonaro esteve reunido com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e com os comandantes das Forças Armadas, no Ministério da Defesa. Em conversa rápida com jornalistas depois da reunião, Azevedo disse que a pauta do encontro foi aberta e que conversaram sobre a conjuntura internacional, regional e nacional, mas não especificou o que foi tratado sobre as relações com o Irã.

Nota
Na nota divulgada na semana passada, o governo brasileiro manifesta seu apoio “à luta contra o flagelo do terrorismo” e afirma estar “pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”, não podendo “permanecer indiferente à ameaça [do terrorismo], que afeta inclusive a América do Sul”.

O Itamaraty divulgou sua nota um dia após a ação ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter matado Qassem Soleimani, principal general iraniano e considerado por muitos analistas como o segundo homem mais poderoso do governo iraniano. O ataque ocorreu nas proximidades do Aeroporto de Bagdá, capital do Iraque.

Em sua conta no Twitter, Trump procurou justificar a ação, declarando que as ações de Soleimani mataram ou feriram “milhares de americanos por um período estendido de tempo e ele planejava matar muito mais”. Trump também acusou o general iraniano de participar da morte de manifestantes iranianos em seu país e de estar planejando novos ataques a alvos norte-americanos.

Na nota da semana passada, o Itamaraty não comenta a morte do general iraniano, mas condena o ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, ocorrido dias antes. “O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país”, disse a nota.

Nos últimos dias, o ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, tem se reunido com autoridades de países vizinhos e conversado, por telefone, com representantes de diversas Nações. Na página do ministério na internet, há imagens dos últimos dias de Zarif reunido com o ministro das Relações Exteriores de Omã, Yusuf bin Alawi, e com o ex-presidente afegão Hamid Karzai, além de, supostamente, conversando, por telefone, com os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas; da Índia, Subrahmanyam Jaishankar; do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi; do Líbano, Gebran Bassil, entre outros.

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