Após reunião com Dilma, Sócrates diz que relação com Brasil é “prioridade ainda maior”

Durante encontro, Sócrates evitou falar sobre a proposta feita por Portugal de vender ao Brasil títulos da dívida pública portuguesa.

Mundo Lusíada
Com Agências

 

Durante uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, no domingo 02 de janeiro, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, evitou falar sobre a proposta feita por Portugal de vender ao Brasil títulos da dívida pública portuguesa. A oferta foi feita no início de dezembro em uma reunião do ministro das Finanças do país europeu, Fernando Teixeira dos Santos, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Após o encontro, Mantega descartou o interesse do Brasil pelos papéis.

“Não conversamos em detalhes sobre isso. Isso competirá certamente às autoridades financeiras do Brasil. A dívida soberana portuguesa está no mercado e, aliás, é um bom investimento que eu recomendo”, disse José Sócrates, que classificou o encontro mais como uma “visita de cortesia”.

Para José Sócrates, intensificar as relações com o Brasil tem um valor estratégico. “Nesses últimos anos, o mundo mudou muito em várias dimensões. Essas mudanças foram muito significativas. Uma delas é da maior importância para Portugal. A afirmação do Brasil tanto em nível político quanto em nível econômico”, considerou. “É por isso que para Portugal se a relação com o Brasil já era uma prioridade, transformou-se em uma prioridade ainda maior”, completou.

José Sócrates informou que pretende incentivar parcerias entre empresas portuguesas e brasileiras, como as já em curso entre a Petrobras e as empresas de energia portuguesas Galp e EDP. Em maio de 2010, a Petrobras firmou parceria para a produção de biodiesel em Portugal. A estatal brasileira também assinou com o governo português um acordo que definem a exploração de hidrocarbonetos em águas profundas na Bacia do Alentejo.

O primeiro-ministro português procurou enfatizar que o Brasil tem em Portugal uma “porta” para a Europa e que a presidente Dilma pode contar com o apoio de seu governo para que o Brasil tenha assento nos conselhos internacionais.

 

Portugal: aliado “mais fiel” para vaga em conselho da ONU 

O primeiro-ministro de Portugal destacou ainda o apoio do país europeu para que o Brasil ocupe uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Tive a oportunidade de dizer à presidenta do Brasil que pode contar com Portugal como mais fiel e mais próximo aliado, no que vai ser a caminhada do Brasil para ocupar o seu espaço no Conselho [de Segurança] das Nações [Unidas]”, destacou.

Na cerimônia de posse de Dilma, Sócrates já havia defendido a entrada no Brasil na instituição, que conta com cinco membros permanentes (Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia).

Ele disse também, na ocasião, que assistiu a toda a transformação passada pelo Brasil nos oito ano de governo Lula e que, ao mudar o país, mudou a visão do mundo sobre o Brasil. “Vim desejar boa sorte, tanto quanto a sorte que o Brasil teve ao ser dirigido por um grande presidente como Lula. O Brasil mudou e, ao mudar, mudou também o mundo. Tenho certeza que os brasileiros olharão esta mudança com uma expectativa muito positiva”, afirmou o primeiro-ministro.

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