Alterações no Código do Trabalho aumenta “pobreza e desemprego” diz sindicato

Mundo Lusíada
Com Lusa

 

O antigo secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmou em 11 de maio que as alterações ao Código do Trabalho só vão aumentar a pobreza e o desemprego e defendeu que deve ser travado um combate a estas medidas.

“Esta alteração é uma violência. O único objetivo é diminuir os custos do trabalho dos trabalhadores, eliminando direitos e baixando salários. Mesmo que a maioria imponha estas medidas há que desenvolver uma atuação muito forte contra este processo”, defendeu Carvalho da Silva.

O sindicalista, durante uma cerimônia das comemorações do 35º aniversário do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos que decorreuem Santa Iriada Azoia, Loures, reagia desta forma às alterações do Código do Trabalho aprovadas pelo Parlamento nesta sexta. O Parlamento aprovou estas alterações ao Código do Trabalho, com votos contra de nove deputados socialistas, do deputado do CDS Ribeiro e Castro, do PCP, BE e PEV, a abstenção do PS e os votos favoráveis do PSD e CDS.

Na votação final global, votaram contra os deputados do PS Sérgio Sousa Pinto, Isabel Moreira, Pedro Alves, Isabel Santos, André Figueiredo, Paulo Campos, Renato Sampaio, Carlos Enes e Rui Duarte.

Carvalho da Silva comentou ainda à Lusa as previsões anunciadas no mesmo dia pela Comissão Europeia para a evolução da economia portuguesa, que acabam por ser mais pessimistas que as do Governo. “Eram previsões previsíveis. A austeridade só provoca austeridade e por isso há que mudar a agulha e centrar as preocupações no crescimento e no combate ao desemprego”, sublinhou. As previsões anunciadas pela Comissão Europeia apontam para uma contração de 3,3% este ano e um crescimento de 0,3% em 2013.

Os números das previsões de primavera da Comissão, idênticos aos da última revisão do memorando de entendimento entre Portugal e a ‘troika’, são mais pessimistas que os apresentados este mês pelo Governo no seu Documento de Estratégia Orçamental (DEO). O Executivo espera que o Produto Interno Bruto (PIB) diminua 3% em 2012 e aumente 0,6% no próximo ano.

 

Desemprego

A taxa de desemprego em Portugal vai atingir os 15,5% este ano e diminuirá apenas para 15,1% em 2013, anunciou a Comissão Europeia nas suas previsões de primavera. “No último trimestre de2011, asituação do mercado laboral deteriorou-se consideravelmente, com o emprego a encolher 2,5% em relação ao trimestre anterior e a taxa de desemprego a atingir os 14%”, lê-se no relatório da Comissão.

Num anexo ao seu Documento de Estratégia Orçamental, o Governo divulgou projeções de uma taxa de desemprego de 14,5% este ano e 14,1% no próximo.

No entanto, estas previsões vão ser revistas no início do junho. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse no Parlamento que o aumento do desemprego está a ser superior ao que seria de esperar tendo em conta a diminuição da atividade econômica, e que por isso o Governo faria uma nova análise aos números do mercado do trabalho para elaborar novas previsões.

Todos estes valores são médias anuais, e referem-se ao desemprego na definição do Eurostat – que é ligeiramente diferente da taxa oficial calculada pelo Instituto Nacional de Estatística.

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